Poesia de Telma Estêvão - Nesse dia; Noite vadia; Ausência de cor
Nesse dia
Nesse dia
A lua não voltou a aparecer
As estrelas deixaram de brilhar
O céu inquieto pintou-se de negro
Desaguou em catarata e adormeceu-me.
Nesse dia
Antes do relógio estacar
Tropecei em fragmentos de imagens
Que passaram pelos meus olhos
Como borboletas esvoaçantes.
Nesse dia
Noite vadia
Vestida de mendiga
Anda a noite vadia
Encostada a mim.
Move-se, atrapalhada
Na agitada escuridão.
Perdida
Desabrocha, gemidos
De tanto, vaguear
Geme descalça, o desconhecido
Solta queixumes em vão.
Ferida
Sofre, em silêncio
O esquecimento do sol.
Ausência de cor
Todas, as minhas cores
Estão fora de prazo e em agonia
Rastejam, lentas, ao sabor do vento…
Não trovam nem bailam.
Se eu tivesse asas, ténues
Voava até encontrar, a Primavera.
Na sua ausência
Os minutos ficam, tensos
Sofrem e narram, o sabor amargo
Que me escorre da alma.
Tenho-te sem te ter…
Nas recordações que ficaram.
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