Poesia de Rita De Cássia Tiradentes Reis - Minha sina; Triste realidade; Tantos Sóis
Minha sina
Na aspereza do quase e nunca ter
A sina de quem tanto procurara
A noite mais tranquila e mesmo clara
Expondo-se aos anseios do prazer,
Não pude receber do amanhecer
A luz que tantas vezes se declara
E a sorte se mostrando em corte e escara,
O mundo desabando, eu pude ver.
Triste realidade
Joguete que esquecido nalgum canto,
O velho coração se faz presente,
Embora mal respire, ainda sente,
No fundo um sinal de desencanto,
E quando algum momento; em paz, garanto,
Meu mundo se desdenha e impertinente,
Não deixa que esperança vã fomente
Vertendo o quanto resta em mágoa e pranto.
Tantos Sóis
Os raios que eu buscara em tantos sóis
Esparsos pelas sendas mais nubladas
Vagando por espúrias, vãs estradas,
Sem ter qualquer noção de outros faróis.
Mas quando calmamente reconstróis
As sendas mais tranquilas, desejadas
No quanto me redimes, tanto agradas
Meus olhos te perseguem: girassóis.
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