Poesia de Adelina Velho da Palma - O duelo; O riso; Os meus sonhos
O duelo
Diante de mim o computador,
o documento aberto e inda em branco,
sereno mas vulnerável de flanco
onde lateja um discreto cursor...
o documento aberto e inda em branco,
sereno mas vulnerável de flanco
onde lateja um discreto cursor...
Na sua nudez é provocador
na sua quietude, solavanco,
na sua virgindade, saltimbanco,
do limiar da mágoa difusor...
na sua quietude, solavanco,
na sua virgindade, saltimbanco,
do limiar da mágoa difusor...
O riso
Rio-me num riso que se ri risonho…
Rio-me num riso que se ri ridente…
Rio-me num riso tão irreverente
que só por si é maior do que o sonho!...
Rio-me num riso que se ri ridente…
Rio-me num riso tão irreverente
que só por si é maior do que o sonho!...
Rio-me por tudo o que tenho e disponho
visto que tudo me deixa contente…
Rio-me por dentro, mui saudavelmente
neste mundo sujo, seco e enfadonho…
visto que tudo me deixa contente…
Rio-me por dentro, mui saudavelmente
neste mundo sujo, seco e enfadonho…
Os meus sonhos
Os sonhos que sonhei adolescente
deixei-os fugir enquanto crescia
mergulhada na doce letargia
duma realidade omnipresente…
deixei-os fugir enquanto crescia
mergulhada na doce letargia
duma realidade omnipresente…
Os sonhos que sonhei como inocente
desapareceram enquanto eu vivia
e agora existo à revelia
do que mais me importava enquanto gente!...
desapareceram enquanto eu vivia
e agora existo à revelia
do que mais me importava enquanto gente!...
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