sábado, 9 de fevereiro de 2013

Poesia de Adelina Velho da Palma - O duelo; O riso; Os meus sonhos

 
Poesia de Adelina Velho da Palma - O duelo; O riso; Os meus sonhos
 
 
 O duelo
 
 Diante de mim o computador,
 o documento aberto e inda em branco,
 sereno mas vulnerável de flanco
 onde lateja um discreto cursor...
 
Na sua nudez é provocador
 na sua quietude, solavanco,
 na sua virgindade, saltimbanco,
 do limiar da mágoa difusor...
 
O riso
 
 Rio-me num riso que se ri risonho…
Rio-me num riso que se ri ridente…
Rio-me num riso tão irreverente
 que só por si é maior do que o sonho!...
 
Rio-me por tudo o que tenho e disponho
 visto que tudo me deixa contente…
Rio-me por dentro, mui saudavelmente
 neste mundo sujo, seco e enfadonho…
 
Os meus sonhos
 
 Os sonhos que sonhei adolescente
 deixei-os fugir enquanto crescia
 mergulhada na doce letargia
 duma realidade omnipresente…
 
Os sonhos que sonhei como inocente
 desapareceram enquanto eu vivia
 e agora existo à revelia
 do que mais me importava enquanto gente!...
 
 
 
 
 

 
 

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