Poesia de Carlos Fragata - Esse não sou eu; O teu olhar; Noite
Esse não sou eu
Mergulhado na noite dos meus dias,
Em pânico recordo o que disseste
Quando, em lágrimas, triste, percebeste
Não ser eu esse homem que querias...
Reclamaste da vida que perdeste,
Enganada por ela, pois não vias
Que, pouco a pouco, tu te despedias
Dos sonhos que sonhaste e não viveste!
O teu olhar
Olho o céu, belo mas frio,
Vejo a verdade da vida,
A solidão dos meus dias...
Enquanto te acaricio,
Sinto minh’alma envolvida
No sorriso que me envias!
Perco, ao ver os olhos teus,
A ligação com o mundo,
Meus pés não tocam o chão...
E baixinho peço aos céus
Que o meu olhar vagabundo
Vislumbre o teu coração.
Noite
Noite... vagueiam almas de poetas
Pelas vielas tristes da cidade,
Buscando em vão pintar uma verdade
No meio de mentiras tão concretas,
Apenas com as cores da saudade!
A solidão da rua onde a vida
Teve já residência registada
Revive a noite outrora iluminada,
E imagina o Fado, que a convida
A cantar essa vida já passada.
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