Poemas de Liliana Josué - Expressão gestual - Imaculada Bochecha - Remoinho - TERAPIA (Texto)
Expressão gestual
Presta bem muita atenção
aos gestos da minha mão
ela desenha tensões
decoradas de emoções.
No teu corpo transpirado
sente o amor revigorado.
aos gestos da minha mão
ela desenha tensões
decoradas de emoções.
No teu corpo transpirado
sente o amor revigorado.
Imaculada Bochecha
Naquela face cândida e nívea
onde a suavidade dos contornos
lembram doces asitas de ave vítrea
dum encantamento sem adornos
um despudorado beijo caiu
ruborizando o pomo que o sentiu.
O cristalina face, imaculada
não deixes que os abutres te consumam
protege essa bochecha tão prendada
onde só pequenos anjos se afundam.
Resguarda essas maçãs tão sumarentas
de bocas pérfidas e peçonhentas.
onde a suavidade dos contornos
lembram doces asitas de ave vítrea
dum encantamento sem adornos
um despudorado beijo caiu
ruborizando o pomo que o sentiu.
O cristalina face, imaculada
não deixes que os abutres te consumam
protege essa bochecha tão prendada
onde só pequenos anjos se afundam.
Resguarda essas maçãs tão sumarentas
de bocas pérfidas e peçonhentas.
Remoinho
Vulcões alastram pela boca do mundo.
Remoinhos de negro fumo
sobem em espiral a caminho
do céu estéril.
Bailarinas sem talento dançam
ao som do remoinho de vozes.
O anormal bate palmas num remoinho
infernal.
Cabelos embranquecem em remoinhos
pedindo que os alindem.
Cães brigam num remoinho
de raiva salivando rosnadelas.
Gatos assanham-se num remoinho
de pelo atirando-se às noitadas.
Lábios buscam-se num remoinho
de angústia.
Remoinhos de negro fumo
sobem em espiral a caminho
do céu estéril.
Bailarinas sem talento dançam
ao som do remoinho de vozes.
O anormal bate palmas num remoinho
infernal.
Cabelos embranquecem em remoinhos
pedindo que os alindem.
Cães brigam num remoinho
de raiva salivando rosnadelas.
Gatos assanham-se num remoinho
de pelo atirando-se às noitadas.
Lábios buscam-se num remoinho
de angústia.
TERAPIA
A poesia é o processo catártico onde cada um desenrola o novelo da sua existência, mesmo sendo apresentada na segunda ou terceira pessoa.
Ela desfruta do papel onde é impressa tudo o que pode, expandindo-se, sentindo nele o seu terapeuta.
Ela desfruta do papel onde é impressa tudo o que pode, expandindo-se, sentindo nele o seu terapeuta.
As imagens correm soltas na sua fantasia, como seres sem lógica ou constância; espécies estranhas, estrangeiras ou mesmo sombras errantes; populantes, aparentemente exteriores a si. Entranham-se de forma violenta ou adocicada no papel, ficando assim, a poesia a flutuar nesta imaginação real.
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