Jornal Raizonline nº 208 de 4 de Fevereiro de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXIX) - Um mundo um pouco complicado, o nosso.
Não vamos comparar, até porque não há comparações possíveis nestes campos, aqueles que foram os problemas dos nossos antepassados, que, nos seus termos podem ter sido mais pesados que os nossos, nos planos em que o foram.
Não vamos comparar, até porque não há comparações possíveis nestes campos, aqueles que foram os problemas dos nossos antepassados, que, nos seus termos podem ter sido mais pesados que os nossos, nos planos em que o foram.
Por seu lado, e voltando a dizer que não há termos de comparação possíveis, tenho alguma dificuldade em admitir que os meus avós ou mesmo os meus pais, na sua infância e na sua juventude conseguissem encarar os problemas que nós temos hoje da forma que os temos.
As estruturas sociais eram seguramente mais solidárias, ou pelo menos mais aproximadas, e havia pelo que me lembro, uma maior margem de manobra para se ser solidário. Não vou aqui dizer que as pessoas são tanto mais solidárias quanto mais podem ser, mas em certo sentido, existe alguma lógica e coerência nessa possibilidade.
Quero com isto dizer que quando a margem de manobra para a solidariedade está fraca é expectável que seja fraca a resposta solidária. Quem não tem não pode dar e só quem tem um pouco a mais o faz. Em termos sociológicos normalmente é analisada a capacidade de absorção das camadas sociais entre si, quer dizer, é analisada a sua capacidade de servir de almofada à camada social que a antecede na «fortuna».
Também normalmente se aceita que uma classe média (nas suas variantes todas: baixa, média e alta e intermediárias) suficientemente forte «apara» uma parte substancial das falhas que as camadas que se lhe seguem regressivamente em termos económico - sociais não conseguem realizar por si mesmas.
As ofertas de trabalho e pequenos serviços, por exemplo, complementam aquilo que não é percebido directamente resultado unicamente do trabalho e no conjunto as coisas tendem para um equilíbrio mínimo que se estreita ou se alarga na sua base de sustentação consoante têm lugar as movimentações dos dois factores despoletadores: falta de suficiência na parte baixa da escala e suficiência na parte alta que se lhe segue,
Ora neste período estamos a assistir a um estreitamento extremado da tal base de sustentação: quem podia pode cada vez menos e quem não pode pode cada vez menos e logo precisa cada vez mais.
As estruturas sociais eram seguramente mais solidárias, ou pelo menos mais aproximadas, e havia pelo que me lembro, uma maior margem de manobra para se ser solidário. Não vou aqui dizer que as pessoas são tanto mais solidárias quanto mais podem ser, mas em certo sentido, existe alguma lógica e coerência nessa possibilidade.
Quero com isto dizer que quando a margem de manobra para a solidariedade está fraca é expectável que seja fraca a resposta solidária. Quem não tem não pode dar e só quem tem um pouco a mais o faz. Em termos sociológicos normalmente é analisada a capacidade de absorção das camadas sociais entre si, quer dizer, é analisada a sua capacidade de servir de almofada à camada social que a antecede na «fortuna».
Também normalmente se aceita que uma classe média (nas suas variantes todas: baixa, média e alta e intermediárias) suficientemente forte «apara» uma parte substancial das falhas que as camadas que se lhe seguem regressivamente em termos económico - sociais não conseguem realizar por si mesmas.
As ofertas de trabalho e pequenos serviços, por exemplo, complementam aquilo que não é percebido directamente resultado unicamente do trabalho e no conjunto as coisas tendem para um equilíbrio mínimo que se estreita ou se alarga na sua base de sustentação consoante têm lugar as movimentações dos dois factores despoletadores: falta de suficiência na parte baixa da escala e suficiência na parte alta que se lhe segue,
Ora neste período estamos a assistir a um estreitamento extremado da tal base de sustentação: quem podia pode cada vez menos e quem não pode pode cada vez menos e logo precisa cada vez mais.
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