sábado, 9 de fevereiro de 2013

Dois poetas, dois poemas - Luís Da Mota Filipe(Velho calendário) - Virgínia Teixeira (Peregrina)

                 
 
Dois poetas, dois poemas - Luís Da Mota Filipe(Velho calendário) - Virgínia Teixeira (Peregrina)

 Velho calendário



Sei que o relógio avança.
 No terreiro, Já me espera o champanhe, as passas e as lágrimas multicoloridas dispostas a adornarem o céu da cidade.
é ocasião de visitar os doze meses que o tempo arrastou, para o arquivo dos calendários desbotados.
 Neste meu mundo de reflexão, palmilho as folhas salpicadas de horas, dias, semanas, meses; de alegrias e choros, de bravos e derrotas, de amores e desenganos… marcas que teimosamente permanecem na memória individual e por vezes colectiva.
 Sofri e fiz sofrer,
 Errei e soube perdoar,
 Assisti à partida de amigos,
 E deixei ancorar no meu mar de sentidos novos companheiros.
 Falei e cantei,
 
 
Peregrina


Fitando a janela chora a cansada peregrina
 Encosta desamparada a cabeça no mármore gelado
E murmura baixinho doridas preces, lamentando a sua sina
Sabendo que ainda não encontrou o caminho almejado
 
Vislumbra o amanhecer lá fora, e o céu a clarear de mansinho,
 A noite que se despede preguiçosa com laivos de carmesim e dourado,
 A Lua que boceja cansada e parece desaparecer no seu cantinho,
E o Sol que acorda resplandecente no seu lugar honrado
 
 
 
 
 

 
 

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