Macau dos crentes - Crónica: Por Leocardo - Blogue Bairro do Oriente
Como produto de quase cinco séculos de ocupação por parte de uma potência estrangeira ocidental e cristã, não surpreende que Macau seja hoje um território onde a Igreja Católica tenha ainda uma presença significativa.
A sua influência chegou a ser esmagadora, e até há menos de um século quem estava contra o clero, não tinha um grande futuro pela frente na Cidade do Santo Nome de Deus – um nome que assenta como uma luva ao antigo enclave português.
A Igreja mandava na educação, encarregava-se das instituições sociais, do registo civil e da caridade, e tinha uma palavra a dizer na política. Seria impensável que a colónia tivesse um Governador laico ou ateu, e nem o evento da Primeira República alterou esta tendência. O trabalho de casa tinha sido bem feito, e a comunidade macaense foi sempre temente a Deus e nunca vacilou na hora de demonstrar a sua religiosidade e obediência incondicional à Diocese local.
Macau deve ser a única cidade do mundo onde todas as freguesias são baptizadas com o nome da Igreja que serve os seus residentes.
Macau deve ser a única cidade do mundo onde todas as freguesias são baptizadas com o nome da Igreja que serve os seus residentes.
Assim temos as freguesias da Sé, S. Lourenço, Sto. António, S. Lázaro e Nossa Senhora de Fátima na península de Macau, Nossa Senhora do Carmo na Taipa, e S. Francisco Xavier em Coloane.
Mesmo a toponímia do território é pontuada com nomes de santos ou padres, muitos deles completamente desconhecidos, ou outra dedicatória aos mistérios do divino. O respeito é mais que muito, e seria desastroso não incluir o direito à liberdade de culto na elaboração da Lei Básica que serve de mini - constituição à recentemente criada Região Administrativa Especial de Macau.
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