Jornal Raizonline nº 211 de 25 de Fevereiro de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXXII)- Hábitos de cultura e hábitos de escrita
A Arlete Deretti Fernandes tem esta semana um texto cultural intitulado «Preferências Vocabulares» (pode carregar aqui para ler) que é interessante em vários aspectos. O primeiro é de facto poder ver-se aquilo a que se poderia chamar de «tiques na escrita», que como o nome indica, é ou será, uma reacção quase reflexa ou simpática que em termos neurológicos eu colocaria ao mesmo nível das reacções do nosso organismo perante estímulo, nuns casos (ver Pavlov) ou mesmo sem estímulo pelo menos visível como é o caso do peristaltismo.
Neste último caso, e no outro, «reflexo» quer dizer aqui talvez necessário (a uma causa segue-se um dado efeito) e no que se refere ao peristaltismo, isso aproxima-nos da ideia do periférico, que como se entende está fora ou para além do centro (neste caso sistema nervoso central).
Dito isto ver a repetição de expressões num dado texto é uma coisa que eu conheci por volta dos anos 60/70 através daquilo a que se chamou na altura análises estruturais relacionadas com a corrente dos finais dos anos 60 que se intitulou estruturalismo.
Claro que as análises textuais tenderam logo para dar valores a determinadas expressões: «mas» indica indecisão, por exemplo, «e» completamento de uma ideia mal expressa ou insuficientemente expressa na frase que antecede, enfim...isto são exemplos e não garanto que as coisas fossem mesmo assim porque não me dediquei ao assunto senão pela curiosidade. Valerá aqui pela ideia geral.
Claro que a isto se seguiu a sumarização: todo o «mas» implica indecisão, todo o «e» implica completamento, etc. etc. Ainda no ainda famoso filme «O Clube dos Poetas Mortos» se pode ver que esta corrente analítica teve a sua influência até a nível didático, uma vez que o livro de leitura com que o novo professor de literatura se confrontou referia isso e nomeadamente fazia (ao que vimos) uma análise de um poema de Shakespeare utilizando curvas e gráficos. Livro esse cujas folhas ele mandou arrancar, simplesmente e que é o primeiro acto de revolta no filme.
A Arlete Deretti Fernandes tem esta semana um texto cultural intitulado «Preferências Vocabulares» (pode carregar aqui para ler) que é interessante em vários aspectos. O primeiro é de facto poder ver-se aquilo a que se poderia chamar de «tiques na escrita», que como o nome indica, é ou será, uma reacção quase reflexa ou simpática que em termos neurológicos eu colocaria ao mesmo nível das reacções do nosso organismo perante estímulo, nuns casos (ver Pavlov) ou mesmo sem estímulo pelo menos visível como é o caso do peristaltismo.
Neste último caso, e no outro, «reflexo» quer dizer aqui talvez necessário (a uma causa segue-se um dado efeito) e no que se refere ao peristaltismo, isso aproxima-nos da ideia do periférico, que como se entende está fora ou para além do centro (neste caso sistema nervoso central).
Dito isto ver a repetição de expressões num dado texto é uma coisa que eu conheci por volta dos anos 60/70 através daquilo a que se chamou na altura análises estruturais relacionadas com a corrente dos finais dos anos 60 que se intitulou estruturalismo.
Claro que as análises textuais tenderam logo para dar valores a determinadas expressões: «mas» indica indecisão, por exemplo, «e» completamento de uma ideia mal expressa ou insuficientemente expressa na frase que antecede, enfim...isto são exemplos e não garanto que as coisas fossem mesmo assim porque não me dediquei ao assunto senão pela curiosidade. Valerá aqui pela ideia geral.
Claro que a isto se seguiu a sumarização: todo o «mas» implica indecisão, todo o «e» implica completamento, etc. etc. Ainda no ainda famoso filme «O Clube dos Poetas Mortos» se pode ver que esta corrente analítica teve a sua influência até a nível didático, uma vez que o livro de leitura com que o novo professor de literatura se confrontou referia isso e nomeadamente fazia (ao que vimos) uma análise de um poema de Shakespeare utilizando curvas e gráficos. Livro esse cujas folhas ele mandou arrancar, simplesmente e que é o primeiro acto de revolta no filme.
Sem comentários:
Enviar um comentário