Frasquinhos de rapé - Texto e imagens da Dr.ª Irene Fernandes Abreu - Macau - China - Blogue Valium50
Em finais da Dinastia Ming, o tabaco chegou à China através de pequenos frascos que se foram gradualmente introduzindo em todas as províncias.
Mas esta arte nasceu um pouco ao acaso: nos finais da Dinastia Qing, um funcionário viciado em rapé, parou perto de um pequeno templo para descansar.
Pegou na sua pequena garrafa de cristal que continha rapé para o cheirar, e achou que já estava vazia. Então, ele na esperança de conseguir mais algum pó, raspou um pouco do que estava agarrado às paredes interiores do frasco, com uma pequena e fina vara de bambu, que foi deixando algumas linhas visíveis no seu interior, que se viam através da parede transparente do frasco.
Um jovem monge que o observava com uma certa curiosidade, reparou então nesses riscos e teve uma inspiração: a de fazer um desenho no seu interior! Assim, uma nova arte nasceu!
Inserir uma caneta delgada especialmente concebida com uma curva na ponta através do gargalo, contar com um talentoso artista que trabalha no espaço apertado da cavidade da garrafa, capaz de gravar desenhos vivos e caligrafias na superfície interna da garrafa, torna a pintura interna das garrafas de rapé numa forma de arte única.
A técnica da «ousada pintura» dos artistas de hoje, que pintam estes pequenos frascos, não são muito diferentes da usada no início da sua invenção.
Este tipo de habilidade desenvolvida em pintar o interior das garrafas, deu origem a verdadeiras obras de arte.
O comércio dos pequenos frascos tem prosperado em todas as províncias chinesas, tornou-se hoje num importante património cultural da China.
Em qualquer loja ou Centro Comercial, podemos ver expostos, dezenas destes frasquinhos a preços acessíveis, dado que todos eles são pintados à mão, não só pelos mestres, como por alunos de escolas desta arte, agora espalhadas por toda a China.
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