FARO, A MINHA CIDADE - Crónica de João Manuel Brito Sousa
Eu o Eng.º Carlos Alberto Diogo, acompanhávamos mais com o Valêncio, o irmão. Uma história boa para contar era a história dos alfaiates de Faro.
O melhor e também o mais caro era o Pintassilgo, cuja loja se situava perto do Largo da Palmeira, e ainda o Barros que ficava lá em cima na rua da circunvalação, que vai do Refúgio ate ao mercado.
Mas voltando ao Largo da Palmeira, é imperioso não esquecer que é (foi) ali a sede do S.C. Farense, orgulho dos Farenses, cujas histórias mais antigas me eram contadas pelo João Coelho, que tinha sido jogador do clube e na época tinha um táxi, que me levava a casa desde a estação, quando vinha a férias pelo Natal ou noutros períodos, e que me dizia que a vida dele tinha sido como a do Marlon Bando no filme «Há Lodo no Cais».
Há ali também o Grémio da Lavoura onde os camponeses iam vender o milho e outros cereais resultante da exploração agrícola.
O Distrito de Reserva também lá está com o amigo e costeleta Rocha à cabeça.
No largo juntava-se o pessoal do campo com a malta da cidade em perfeita harmonia. De Mar e Guerra vinha o comerciante António Cadeiras, das Pontes de Marchil vinha o Toíca Guerreirão negociante de gado que todos os dias de manhã ia comprar uma maço de cigarros Português Suave à venda do Viriato nas Pontes de Marchil com uma nota de mil escudos (uma fortuna naquele tempo), do Montenegro vinha o Mateus Marinhas, da Chaveca vinha o Joaquim Caco, homem de cento e vinte quilos de peso e o mais forte aí dos arredores da cidade. Uma vez, o Caco e o Mateus Bolas, aí da Jardina, pegaram um toiro de cernelha na feira da Malveira e saíram em ombros.
O objectivo do encontro desta velhada era almoçar no Restaurante dos «Dois Irmãos», que ficava situado no Largo.
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