Sobre o livro Não Tem Pernas o Tempo, de Gociante Patissa: «apenas breves considerações» - Por Cristina Galhardo Amado,
Benguela 14 Agosto 2013 - Retirado de Angola, Debates & Ideias de Gociante Patissa
Penso que o teu Não Tem Pernas o Tempo, que devorei com agrado em pouco tempo (repartido por duas noites antes de dormir), tem mais características de novela que de romance, não só ou sobretudo pela extensão, mas mais pelo ritmo narrativo, pouca descrição, pouco aprofundamento psicológico das personagens.
O narrador facilita, pela sua necessidade (que revejo como influência das narrativas orais), o trabalho ao leitor, como se dispusesse de um tempo algo limitado para contar a sua estória.
Na tua passagem para um género narrativo mais extenso e complexo, de certo modo, pelo número de personagens, situações, linha temporal e espacial, creio que foste muito bem sucedido, conseguiste dar consistência à narrativa, tecendo bem as tramas, indo buscar os fios soltos, para os colocar no sítio justo, no tempo justo. O ritmo é fluído, acelerado, mas constante, o que nesta dimensão mais curta, achei importante, funcionou bem.
Penso que estás em busca da tua voz narrativa na prosa, mais do que na lírica. E contudo, a tua melhor prosa é a lírica. Não, não significa de modo algum que escrevas tão somente poesia. A tua melhor prosa é liricamente cantada. E é muito notório no final do livro. O último capítulo distingue-se, naturalmente, de todos os anteriores. E é ali que te movimentas, que comunicas com mais beleza.
Leia este tema completo a partir de 26 de Agosto carregando aqui.
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