sábado, 3 de agosto de 2013

AS VELAS ARDEM ATE AO FIM - Texto recolhido em «As Leituras de Madame Bovary»

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AS VELAS ARDEM ATE AO FIM - Texto recolhido em «As Leituras de Madame Bovary»
 
Uma escrita belíssima, atenta às gradações dos afectos, ás intensidades dos gestos e sobretudo empenhada na compreensão das relações humanas.
 
Porque tudo começa no dois – o amor, a amizade, a família, mas também o dissenso, a política e a guerra.
 
Henrik é traído pelo melhor amigo e pela mulher. Espera pacientemente quarenta e um anos. Diz que espera a vingança e a verdade. Uma verdade para além dos factos, porque «um acto ainda não é equivalente da verdade». Mas ele já encontrou a verdade na velhice e na morte, quando somos capazes de entender os corpos como corpos e os homens como seres mortais, um entendimento sem dor.
 
«Uma pessoa sempre responde com a sua vida inteira às perguntas mais importantes. Não importa o que diz entretanto, com que palavras e argumentos se defende. No fim, no fim de tudo, com os factos da sua vida responde às perguntas que o mundo lhe dirigiu com tanta insistência. Essas perguntas são as seguintes: Quem és tu?... Que querias realmente?... Que sabias realmente? A que foste fiel ou infiel?... A quê ou a quem mostraste ser corajoso ou cobarde?... São essas as perguntas. E uma pessoa responde como pode, duma maneira sincera ou mentindo; mas isso não tem grande importância. O importante é que no fim, uma pessoa responde com toda a sua vida.»






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