sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Educação Musical: Pimba! - Texto recolhido no Blogue Bairro do Oriente

 
Educação Musical: Pimba! - Texto recolhido no Blogue Bairro do Oriente
 
A música pimba! é um género 100% Made in Portugal, e surgiu como a conhecemos hoje no já distante ano de 1995. Recordo-me do ano exacto do nascimento do pimba! por causa das eleições legislativas desse ano, as tais que consagraram António Guterres como primeiro-ministro e marcaram a estreia política de Paulo Portas.
 
A juntar a tudo isto surge um género musical semelhante à Música Popular Portuguesa (MPP) de raiz mais populista, mas com novos arranjos que a deixaram de cara lavada e um nome curioso que rapidamente passou a andar na boca dos portugueses. Recordo-me mesmo dos nossos políticos dançarem ao som da nova moda durante a campanha eleitoral, formando comboios e entoando os sucessos pimba!, numa tentativa de captar o eleitorado, mostrando que também eram «do povo». Que tristes figuras, e nem foi por culpa do pimba!.
 
O nome pimba!, assim, sempre com ! depois do «a» não significa nada além da interjeição que designa impacto súbito, ou choque inesperado. A exclamação dá-lhe o toque de brejeirice que é recorrente da temática da música, convidando à malandrice.
 
O patrão encontra a empregada dobrada a esfregar a banheira de rabo esticado, puxa-lhe o vestido para cima e pimba!, e a sangue frio. Qualquer coisa assim. O nome terá sido retirado de uma das canções mais populares durante o aparecimento do novo estilo musical, «Nós pimba!», do cantor Emanuel, que assim se viu elevado ao estatuto de celebridade, ao mesmo tempo que se tornava no padrinho do pimba!, liderando uma revolução que tornou o género num sucesso ímpar. Emanuel e o seu «Nós pimba!» está para o pimba! como Rui Veloso e o «Chico Fininho» esteve para o «rock» nacional.
 
O sucesso do pimba! não só originou o aparecimento de uma nova geração de artistas portugueses, como reabilitou outros até então esquecidos ou mergulhados na obscuridade. Muitos dos artistas da MPP encontravam-se relegados para o mercado paralelo das chamadas «cassetes pirata», vendidas em feiras nas barracas de ciganos. Uma versão legal destas fitas podiam ser encontradas naquelas estantes giratórias muito giras das estações de serviço espalhadas pelas auto-estradas em todo o país.


Leia este tema completo a partir de 12 de Agosto carregando aqui.



 



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