No tempo da escola - Texto de Arlete Piedade
Fala-se agora muito no bullying na escola, mas este fenómeno sempre existiu, embora sem os contornos exageradamente violentos a que agora se assiste nestes tempos atuais.
Recordo-me em especial como marcante, da passagem da escola primária para a escola preparatória, o que implicou não só a passagem de escola, mas o entrar na pré-adolescência, a mudança da aldeia para a vila mais próxima, ficar fora de casa todo o dia, pois que saía de madrugada de casa, para apanhar o autocarro, e só regressava ao início da noite.
Recordo-me em especial como marcante, da passagem da escola primária para a escola preparatória, o que implicou não só a passagem de escola, mas o entrar na pré-adolescência, a mudança da aldeia para a vila mais próxima, ficar fora de casa todo o dia, pois que saía de madrugada de casa, para apanhar o autocarro, e só regressava ao início da noite.
Tinha que levar o almoço, porque na altura não havia refeitórios na escola, apenas um pequeno bar, nem local para aquecer o almoço, porque nem sequer existiam ainda os micro-ondas. Havia apenas uma sala com meses, onde podíamos comer.
Portanto levava numa maleta, a lancheira com o almoço, que era comido frio, embora a minha mãe na tentativa de o manter quente até á hora do almoço, embrulhasse a lancheira, em papéis de jornais, o que era o isolante que se usava na altura.
Isto acontecia nos anos de 1967-1968-1969, entre os meus 11 a 13 anos, quando na altura em França, tinham lugar as célebres revoluções estudantis e o homem chegava á lua. Na música, os adolescentes como eu, encantavam-se com os Beatles, Adamo e Júlio Igésias, e outros cantores franceses que não me recordo agora.
Em termos de bullying, o que mais recordo eram as chacotas mais ou menos dissimuladas dos colegas em relação á minha roupa de menina da aldeia, por vezes remendada pela minha mãe, e os sapatos com alguma lama dos caminhos da aldeia.
Os comentários nas minhas costas, por vezes magoavam-me, porque a minha mãe, na sua simplicidade de aldeã, não me ensinava certos detalhes, que ela própria ignorava da vida das jovens meninas da minha idade, que tive que aprender por mim mesma, através dos comentários por vezes cruéis, das colegas e pior que tudo, dos colegas.
Teu passado foi duro como a pedra, porem foi esta vida que lhe fez a fortaleza que você é hoje. As letras eram pequenas, porem viriam a escrever coisas maravilhosas, ou seja, se transformaria na "Fada" das letras. Hoje você é Arlete Piedade, conhecida e admirada por muitos em varias partes do mundo, inclusive no Brasil. Parabéns!
ResponderEliminarSergio Antonio Meneghetti