Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - QUIETUDE; REENCONTRO COM O NADA; ROSA DESFOLHADA
QUIETUDE
Aquieto-me na quietude do mar
De algas verdes aquietadas no fundo.
Os corais são velas acesas,
A luz que sempre me dá luz.
Passa um barco,
Estremece a água,
Os peixes inquietam-se momentaneamente,
Para logo desatarem numa dança.
Eu baloiço-me nas ondas.
Não há soluços nos ventos
Nem a brisa aperta,
E a neblina quase branca,
é sinal de paz.
Ninguém fala,
Mas no silêncio das vozes,
No meditar de cada um,
Há um sorriso branco,
Um sorriso de paz,
à volta da praia de areias d’ouro.
Esvoaçam gaivotas,
E cantam, cantam,
Com vontade de cantar.
Os rochedos guardam memórias,
Falas que lhes dei,
Segredos que lhes contei,
E toda a costa sabe quem sou.
Cada sorriso que me dão,
é um estímulo,
Cada frase que me dizem,
é um estender de mão,
Um incentivo para olhar em frente
E seguir, seguir,
Feita pluma branca.
Porém,
Se um temporal se abeira
E o mar resmunga,
Eu parto,
Aquieto-me junto à lareira,
E fico, fico,
Na quentura da chama,
Junto à lareira,
Até que o mar se aquiete.
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