Coluna de Daniel Teixeira - Valores reais
Este titulo é «emprestado» pela nossa amiga e colaboradora, Renata Rimet, residente na Baía (desculpem lá escrever à portuguesa) e que tem um poema precisamente com este titulo colocado de forma poetizada.
Peço desculpa de não ir agora ver qual a forma exacta utilizada por ela mas esse poema foi publicado no jornal e o que me interessa aqui (para além de plagiar pelo menos parte do título) é fazer a destrinça que ela faz no seu poema de uma forma mais alongada. Como sabem não sou poeta nem sintético: poeta gostaria de ser mas ser sintético / sumarizador já é outra coisa e francamente não vou mudar, provavelmente nunca.
O poema da Renata retrata um assalto a um autocarro (não me lembro como se diz no Brasil e estou mesmo atrasado neste texto e não dá para andar a fazer pesquisa - aliás tenho horror ao termo, parece-me que é onibus...
Bem, continuando: no referido assalto o autor do mesmo não leva nada dos valores que quer, mas rouba, segundo a Renata - e com toda a razão - sentimentos às pessoas. Intimidade exposta (quer dizer aquelas coisas que por vezes se levam nas malas ou nas algibeiras ou nas mochilas e que fazem parte da nossa intimidade e que não gostamos que os outros vejam), devassa dos nossos pertences (algumas coisas compradas nos chineses aqui em Portugal, por exemplo e que são conotadas com a penúria pessoal por as termos comprado, o que é paradoxal , mas já veremos isso).
Bem, o que está em causa na descrição poética da Renata é o facto de uma determinada atitude ou comportamento (neste caso um assalto à mão armada ainda por cima) trazer prejuízo a quem o sofre mesmo que não traga, como não traz, vantagem ao outro ou ao criminoso - neste caso.
Pois por mais estranho que lhes possa parecer e tomando a posição do outro (sem crime como é claro) eu posso não obter nada do que quero, retirar (comprando) a outro algo, mas, por uma posição de escala de valores isso não me servir para nada ou para muito pouco.
É isso, vocês ai dizem autocarro, e aqui no Brasil dizemos ônibus e se pode falar também coletivos. Os coletivos estão cheios, este termo é usado mais nas cidades, e nas viagem mais longa se diz ônibus, Vou ao Rio Janeiro de ônibus.
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