Aquela Boneca de Porcelana - Conto de São Tomé
Maria, não tinha mais que cinco anos de idade. Era uma criança meiga e sossegada que tinha verdadeira adoração por bonecas, mas os pais não tinham muitas posses para lhas comprar.
A sua mãe lá lhe ia fazendo umas bonequinhas de trapo, vestidinhas de chita, com a boca, os olhos e o nariz bordados com linhas de cor e o cabelo feito de fios de lã ou de barba de milho.
Maria tratava com muito carinho as suas pequenas bonecas de trapo e passava horas a brincar com elas.
Um dia, Maria viu uma linda boneca e ficou encantada com tamanha maravilha. A boneca, era quase do seu tamanho, tinha um lindo rosto de porcelana, uns lindos olhos azuis e uma boquinha que parecia uma rosa desabrochada.
Estava ricamente vestida, com um vestido de organza cor-de-rosa, enfeitado de rendas brancas e um chapeuzinho azul celeste, preso por umas fitas de seda da mesma cor, que acabavam num grande laçarote junto ao pescoço.
Tinha uns sapatinhos pretos e uns soquetes brancos, que completavam a toilette. Maria contentava-se com as suas pequenas bonecas de trapo que sua mãe habilidosamente fazia, para ela, mas sonhava com aquela boneca que um dia vira.
Acalentava o sonho de poder vir a ter uma boneca como aquela, mas não se atrevia a falar no assunto com os pais.
Como o Natal estava próximo, e ouvia dizer que o Menino Jesus, deixava brinquedos no sapatinho aqueles meninos que se portassem bem, Maria rezava todas as noites ao seu Jesus para que não se esquecesse dela e lhe desse uma boneca igual aquela que um dia vira.
Na noite de Natal, depois da Missa do Galo e da ceia, o pai disse-lhe que tinha que deixar o seu sapato junto da chaminé.
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