Jornal Raizonline nº 201 de 17 de Dezembro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XXII) - Pois...é mesmo Natal
Esta crónica divide-se em duas partes sem perder no entanto o fio corrente da meada discursiva: de um lado, o «Pois» lá acima, diz isso mesmo, é que apesar de tudo, o que é muito mesmo, é Natal na mesma.
Não se trata só de constatar que não se pode mexer no Calendário (nos seus números e meses) como também não se pode mexer na calendarização festiva: assim, estejamos ou não em condições emocionais (e financeiras) certo me parece ser que todos vão festejar o Natal.
Se não se pode mexer (nem vejo o interesse) nas datas nem na tradição festiva das gentes, certo no entanto é que tenho pensado muito seriamente em fomentar, na minha curta medida, é claro, o «regresso» do Menino Jesus e o afastamento para uma outra data do Pai Natal.
Sinto-me ofendido, desiludido e mesmo um pouco revoltado: não que tenha alguma coisa contra o velhote de barbas brancas, mas toda a minha formação deste período natalício foi feito tendo como imagem central o Menino Jesus.
Eu e os meus irmãos e outros moços do nosso tempo cantámos «ao Menino» de porta em porta, fizemos presépios, tratámos das figurinhas, fizemos searinhas, percorremos seca e meca e os vales de santarém à procura de cortiças a jeito para fazer os montes e a gruta, arranjámos areia fina da praia, fizemos engenhocas para fazer correr pequenas fontes, pessoas a tirar água dos poços, enfim...
Era um período que despertava em nós a inventividade e sobretudo o desejo de agradar, talvez não tanto ao Menino Jesus mas aos nossos vizinhos, amigos e concorrentes, numa concorrência sã que nada tinha nas mangas, com permutas de peças em falta, com explicações circunstanciadas sobre o funcionamento das pequenas bombas mecânicas de água, em que a tal de entropia entrava em jogo muito antes da utilização da palavra, em moto contínuo. Belos tempos.
Não se trata só de constatar que não se pode mexer no Calendário (nos seus números e meses) como também não se pode mexer na calendarização festiva: assim, estejamos ou não em condições emocionais (e financeiras) certo me parece ser que todos vão festejar o Natal.
Se não se pode mexer (nem vejo o interesse) nas datas nem na tradição festiva das gentes, certo no entanto é que tenho pensado muito seriamente em fomentar, na minha curta medida, é claro, o «regresso» do Menino Jesus e o afastamento para uma outra data do Pai Natal.
Sinto-me ofendido, desiludido e mesmo um pouco revoltado: não que tenha alguma coisa contra o velhote de barbas brancas, mas toda a minha formação deste período natalício foi feito tendo como imagem central o Menino Jesus.
Eu e os meus irmãos e outros moços do nosso tempo cantámos «ao Menino» de porta em porta, fizemos presépios, tratámos das figurinhas, fizemos searinhas, percorremos seca e meca e os vales de santarém à procura de cortiças a jeito para fazer os montes e a gruta, arranjámos areia fina da praia, fizemos engenhocas para fazer correr pequenas fontes, pessoas a tirar água dos poços, enfim...
Era um período que despertava em nós a inventividade e sobretudo o desejo de agradar, talvez não tanto ao Menino Jesus mas aos nossos vizinhos, amigos e concorrentes, numa concorrência sã que nada tinha nas mangas, com permutas de peças em falta, com explicações circunstanciadas sobre o funcionamento das pequenas bombas mecânicas de água, em que a tal de entropia entrava em jogo muito antes da utilização da palavra, em moto contínuo. Belos tempos.
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