sábado, 29 de dezembro de 2012

Traduções de Poemas por Fernando Pessoa - Recolhido por Clara Tinoco - Edgar Allan Poe - O Corvo - Tradução - FERNANDO PESSOA (1888-1935) - EDGAR ALLAN POE - THE RAVEN - (1809-1849)

 
Traduções de Poemas por Fernando Pessoa - Recolhido por Clara Tinoco -  Edgar Allan Poe - O Corvo - Tradução - FERNANDO PESSOA (1888-1935) -  EDGAR ALLAN POE - THE RAVEN - (1809-1849)
 
 O CORVO
 
 Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais
«Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus umbrais.
E só isso e nada mais.»
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais —
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo,
«E uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
E só isso e nada mais».
 
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
«Senhor», eu disse, «ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi...» E abri largos, franquendo-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
 
 
Leia o texto completo a partir de 31/12/2012 carregando aqui.
 
 
 

 

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