sábado, 15 de dezembro de 2012

Uma história inacreditável - Por Daniel Teixeira

 
Uma história inacreditável - Por Daniel Teixeira 
 
Esta história foi-me contada por um amigo e eu tive e ainda hoje tenho alguma dificuldade em acreditar nela e até em mim mesmo naquele sentido em que hoje não sei se era de facto eu, um racionalzinho de cepa que estava ali a ouvir a história ou se era um outro eu, neste caso concreto um «eu» imbecilizado.
 
Como não aceito a segunda hipótese (a do «eu» imbecil) optei por, a partir daquela altura, me tornar mais cuidadoso sobre as histórias que ouço, chegando por vezes e nos casos mais duvidosos a pedir que me digam primeiro o final da história.
 
A conclusão a que cheguei é que por vezes a história contada pode paulatinamente possuir-nos e fazer de nós, ouvintes, aceitantes passivos do narrado e em certo sentido apanhar-nos e inserir-nos no campo do ficcionado fazendo-nos crer que tudo é real. Muito cuidado pois...e eu agora tenho-o, o cuidado, todo o cuidado
 
Não era ficção, esta história do meu amigo, assegurou-me ele desde o início e eu que nem um patinho acabei por ouvi-la toda e ouvir e ver em imaginação algumas coisas e por acreditar não só no que me era dito como no que via imaginando, coisas essas que era suposto eu não ouvir nem ver.
 
Bem, já fiz responsavelmente os meus avisos e se acha que não deve ler esta história do Vasconcelos não leia, nem sabe o que perde, mas enfim...Ele começou assim:
 
«Não devia ter disparado, pá, agora sei isso mas na altura pareceu-me que não fazia mal e até achei que teria alguma piada, eu, um pobre diabo humano, com pouco mais de oitenta quilos, fazer jus à minha condição de espécie superior e meter a correr a sete pés uma manada de búfalos.
 
 
 

 

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