O NATAL DO JOAQUIM - Conto por João Furtado
Era uma vez, um menino que morava numa casa muito pequena e feita de pedras soltas e de barro. A casa era coberta de palhas. Ele vivia com a avó. A mãe tinha morrido e o pai viajado para Europa e nunca mais tinha dado noticias.
O nome da avó era Matilde e do menino era Joaquim. Ele e a avó Matilde moravam no campo, numa localidade rural da Ilha de Santiago chamada Rui Vaz.
O Joaquim tinha apenas oito anos, mas era ele que tinha a responsabilidade de sustentar a casa. Ele levantava cedo e ia buscar água no burro. Graças a Deus, ele tinha um burro. Depois ia dar palha a única cabra que tinha e milho as quatro galinhas e um galo. Se fosse tempo de «as águas» ia tratar de roçar ou semear ou mondar conforme a época... As duas coisas que um menino de oito anos devia fazer eram estudar e brincar, o Joaquim não tinha tempo.
O Joaquim não tinha tempo para estudar nem para brincar.
Havia meses que a avozinha Matilde havia se adoecido e não podia fazer nada. Ela estava cada vez mais fraca. Os vizinhos ajudavam, mas cada família estava verdadeiramente mais preocupada com os seus próprios problemas, que não eram poucos.
Havia meses que a avozinha Matilde havia se adoecido e não podia fazer nada. Ela estava cada vez mais fraca. Os vizinhos ajudavam, mas cada família estava verdadeiramente mais preocupada com os seus próprios problemas, que não eram poucos.
O pior aconteceu, era uma sexta-feira triste de Dezembro, triste e coberta de nuvens cinzentas. Era na noite de Natal. Havia muita festa em todas as casas, menos na casinha pobre do Joaquim. A avó Matilde estava a delirar, ia morrer...
O Joaquim chorava, gritava e rezava, mas ninguém ouvia. A noite era de festa e de Missa. Uns tinham ido a São Domingos que era a localidade mais perto ouvir a Missa de meia noite. A Missa que anunciava o nascimento de Jesus. Outros estavam a preparar os bolos e as comidas próprias para a data.
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