Um poema de Xavier Zarco - eu vi a loucura do mundo
eu vi a loucura do mundo
no mundo
que me coube observar
como se a loucura fosse um copo de vinho
sobre o balcão
à espera das minhas mãos
da minha sede
da minha boca
como se o vinho fosse a esponja
que apaga o giz
na ardósia da minha memória
no mundo
que me coube observar
como se a loucura fosse um copo de vinho
sobre o balcão
à espera das minhas mãos
da minha sede
da minha boca
como se o vinho fosse a esponja
que apaga o giz
na ardósia da minha memória
eu vi a fogueira reacesa da inquisição
erguer labaredas
apaixonadas
pelo corpo dos homens
das mulheres
que aguardam a vez na fila do desemprego
com seus olhos resignados
esperançados
enquanto a língua de fogo
como que os beija
enquanto gritam em silêncio
erguer labaredas
apaixonadas
pelo corpo dos homens
das mulheres
que aguardam a vez na fila do desemprego
com seus olhos resignados
esperançados
enquanto a língua de fogo
como que os beija
enquanto gritam em silêncio
eu vi as bruxas em redor
surpresas com os homens
as mulheres
sem nome
com um talão na mão
exibindo o número que tarda
no painel electrónico
as bruxas
a quem só resta a loucura
que reclamam as chamas só para si
mordendo a madeira
por morder
com feitiços de água pura de inveja
surpresas com os homens
as mulheres
sem nome
com um talão na mão
exibindo o número que tarda
no painel electrónico
as bruxas
a quem só resta a loucura
que reclamam as chamas só para si
mordendo a madeira
por morder
com feitiços de água pura de inveja
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