domingo, 21 de abril de 2013

Jornal Raizonline nº 219 de 22 de Abril de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XL)- O coelhinho da Alice

 
Jornal Raizonline nº 219 de 22 de Abril de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XL)- O coelhinho da Alice
 


Na Alice no País das Maravilhas todos se lembram de pelo menos três personagens de uma forma mais detalhada: a própria Alice, a Rainha corta - cabeças e o Coelho, sempre aflito para cumprir um horário. Já li este livro há muitos anos e embora as referências ao mesmo sejam bastantes quase no dia a dia, vou aceitar que aquilo de que me lembro corresponde ao que está escrito e, se assim não for, isso não altera nada àquilo que vou dizer e tentar desenvolver à minha maneira.

Na minha ideia o coelho tem «apenas» de cumprir um horário, qual ponteiro de um relógio, quer dizer não existe nada que o obrigue a estar à hora x no local z que o leve a apressar-se. O que o apressa é a necessidade de cumprir aquela missão que é a de estar a horas na hora e no minuto certo.

Ou seja, será uma pressa sem objectivo senão aquele que advém da sua função de dar horas (à hora certa). Pode não ser assim mas é assim que eu vejo a situação tal como ela se passa no romance da Alice.

O problema maior do coelho, neste caso, é que ele tem «consciência» de que tem de estar num dado ponto do seu relógio mental o que não acontece com um ponteiro mecânico ou mesmo com os números dos nossos mais modernos relógios. Para estes, em teoria, e se eles tivessem consciência, bastar-lhes-ia serem como são e se erro houvesse a culpa nunca seria deles mas sim de quem os fabricou, ou mesmo de quem os utiliza por o terem de alguma forma danificado. Certo, certo, é que se não fosse um destes casos (ou outros que possam vir-nos à memória) tudo batia naquela certeza que lhes estava destinada.

O problema do tempo dentro do tempo, quer dizer o tempo do relógio dentro do Universo tempo, é muitas vezes assemelhado tanto para um lado como para outro. Nalguns casos sabemos que o nosso tempo (calendário) é uma ficção mas levamo-lo muito a sério ao mesmo tempo que o outro tempo (o tal Universal) acaba por vir mentalmente a ficar contido dentro do nosso ficcionado tempo (calendarizado).
 
 
 

 

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