O dono do «Bazar do Waldomiro» e a duplinha sertaneja iniciante... - Por Se Gyn
Lugar comum é dizer que Waldomiro Bariani Ortêncio, paulista de nascimento e, goiano por afetividade, é hoje uma das sumidades intelectuais do estado de Goiás. Em sua interessante biografia, encontram-se a adolescência no setor de campinas (onde o pai se estabeleceu e, tinha uma serraria), a passagem pelo time do Atlético Esporte Clube, a carreira de empresário, que começou com uma loja que acabou virando uma cadeia de loja de discos - o famoso Bazar Paulistinha - espalhada, por Goiânia e, Brasília, a experiência de radialista na Rádio Clube de Goiânia, a experiência como compositor e, depois, a consagração como uma figura proeminente, dedicada à literatura, como escritor, filólogo, e pesquisador.
A importância dele no mercado regional de gravações, pode ser medida pela sua citação, em gravações de músicas do homem do campo. Conheço pelo menos duas músicas sertanejas que fazem referência à sua figura: «Pagode em Brasília», cantada pela dupla Tião Carreiro e Pardinho - e, talvez uma das peças mais famosas e, divulgadas de seu repertório e, «Saudades de Goiás», cantadas pela dupla Belmonte e Amaraí.
Na primeira, da autoria de Teddy Vieira e Lourival dos Santos, os versos de referência são estes: «No estado de Goiás meu pagode está mandando / O bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano / No repique da viola balancei o chão goiano / Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano / Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando.», referência explícita à pioneira abertura de uma filial do «Bazar Paulistina» na capital federal.
Na outra referência, dizem as duas primeiras estrofes da belíssima canção composta por Goiá e Zilo: «Goiás é saudade em tudo que falo / As vezes me calo por essa razão / Mas o Valdomiro Bariani Ortêncio / Rompeu o silêncio do meu coração / Porque em seu livro «Sertão Sem Fim» / Mandou para mim recordação. Em seus personagens eu vi os goianos / Que há quase dez anos não posso mais ver / A grande saudade bateu em meu peito / Não tive outro jeito se não escrever / Humilde mensagem á terra querida / Que nunca na vida irei esquecer.»
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