Presto a minha homenagem - Texto de Lina Vedes
Num entardecer de Agosto, com a lua cheia nascida e destacada no azul do céu, encontrámo-nos no areal da praia de Faro.
Eramos cinco mulheres reformadas da mesma profissão – o ensino.
As conversas de praia são agradáveis quando nos achamos, entre amigos de longa data, e o tempo ameno nos convida à nostalgia, levando-nos a vasculhar recordações e a acariciar os momentos que se foram…
O sol punha-se no horizonte!
Hoje bem diferente de ontem mas sempre com a sua singularidade…Amanhã não será como hoje e nem será como foi ontem!
Assim decorre a vida humana. O presente diferente do passado com o tempo a desfilar, correndo numa passerelle.
Recuamos a 1956 com as recordações da Ofélia que saiu do Magistério Primário de Faro para a escola de Corte Pequena, Odeleite, Castro Marim.
Levava a cabeça cheia de sonhos, o coração cheio de juventude…mas esbarrou com inesperadas dificuldades.
Para chegar à escola apanhava o comboio até Vila Real de Santo António, tomava a camioneta (um machibombo) até ao Azinhal, onde esperava por um camionista, que a troco de umas moedas, a transportava na cabine, ao lado dele, até Corte Pequena. Quando ele não aparecia procurava o rapaz que fazia a distribuição do correio pelos lugarejos, montado num burro. Nesse dia ele ia a pé.
Na escola de Alta Mora, Odeleite, relativamente perto de Corte Pequena exercia uma colega a quem tinham emprestado uma bicicleta. O caminho era longo, passavam um ribeiro e levavam muita carga. Uma montava na bicicleta, parava ao fim de 3 ou 4 quilómetros, deixava o transporte e seguia a pé com a bagagem. Iam-se substituindo para facilitar a longa caminhada.
A escola da Ofélia havia sido construída pela população e tinha casa para a professora – duas divisões e uma cozinha com fogareiro para utilização de lenha.
Emprestaram-lhe uma cama de ferro com colchão de carepa, já muito moída, e um candeeiro a petróleo. Com caixotes de sabão, que eram de madeira, improvisou o mobiliário mais necessário. Dois caixotes, um por cima do outro, faziam de mesa de refeições, um outro perto da cama, servia para colocar uma vela.
A roupa era pendurada numa corda presa em dois pregos.
Numa venda que vendia de tudo foi completando as suas necessidades – um cântaro para ir buscar água, panelas, louças, copos…e um balde para as necessidades fisiológicas.
Não existiam infra-estruturas.
Eramos cinco mulheres reformadas da mesma profissão – o ensino.
As conversas de praia são agradáveis quando nos achamos, entre amigos de longa data, e o tempo ameno nos convida à nostalgia, levando-nos a vasculhar recordações e a acariciar os momentos que se foram…
O sol punha-se no horizonte!
Hoje bem diferente de ontem mas sempre com a sua singularidade…Amanhã não será como hoje e nem será como foi ontem!
Assim decorre a vida humana. O presente diferente do passado com o tempo a desfilar, correndo numa passerelle.
Recuamos a 1956 com as recordações da Ofélia que saiu do Magistério Primário de Faro para a escola de Corte Pequena, Odeleite, Castro Marim.
Levava a cabeça cheia de sonhos, o coração cheio de juventude…mas esbarrou com inesperadas dificuldades.
Para chegar à escola apanhava o comboio até Vila Real de Santo António, tomava a camioneta (um machibombo) até ao Azinhal, onde esperava por um camionista, que a troco de umas moedas, a transportava na cabine, ao lado dele, até Corte Pequena. Quando ele não aparecia procurava o rapaz que fazia a distribuição do correio pelos lugarejos, montado num burro. Nesse dia ele ia a pé.
Na escola de Alta Mora, Odeleite, relativamente perto de Corte Pequena exercia uma colega a quem tinham emprestado uma bicicleta. O caminho era longo, passavam um ribeiro e levavam muita carga. Uma montava na bicicleta, parava ao fim de 3 ou 4 quilómetros, deixava o transporte e seguia a pé com a bagagem. Iam-se substituindo para facilitar a longa caminhada.
A escola da Ofélia havia sido construída pela população e tinha casa para a professora – duas divisões e uma cozinha com fogareiro para utilização de lenha.
Emprestaram-lhe uma cama de ferro com colchão de carepa, já muito moída, e um candeeiro a petróleo. Com caixotes de sabão, que eram de madeira, improvisou o mobiliário mais necessário. Dois caixotes, um por cima do outro, faziam de mesa de refeições, um outro perto da cama, servia para colocar uma vela.
A roupa era pendurada numa corda presa em dois pregos.
Numa venda que vendia de tudo foi completando as suas necessidades – um cântaro para ir buscar água, panelas, louças, copos…e um balde para as necessidades fisiológicas.
Não existiam infra-estruturas.
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