sexta-feira, 26 de abril de 2013

COLUNA DE MARIA PETRONILHO - A estória da Donzela e do Sapo ... eu vi! - Crónica / Conto

 
COLUNA DE MARIA PETRONILHO - A estória da Donzela e do Sapo ... eu vi! -  Crónica / Conto
 
Kátia Alexandra Sofia da Silva retirou sem sombra de pejo aparte de cima do seu biquini e esparramou-se na relva, de modo a ser atingida pelos respingos, já que era tarde tardezinha e o Manel Jaquim jardineiro, regava o toro de uma ameixoeira, que o empresário da construção civil, Silva pai, não era de desperdiçar terreno nem despesas com coisas que não dessem fruta ou, ao menos, hortaliças.
 
O Caldo verde da D. Birgolina tinha fama, feito com as tenras couves que adornavam as alamedas.
 
Boné para a nuca, testa meio calva meio grisalha reflectindo o fulgor do sol que declinava, o Manel Jaquim, declinando dos ossos e de outras miudezas de que a gente não fala, nem olhou para a moça, que se virava e revirava na toalha turca dum lado e aveludada do outro.
 
Olhava enfastiada os restos da revista Caretas, que folheava, molhando a ponta do dedo mindinho na ponta da língua, ficando as páginas coladas com uma mistura de saliva e cola... nada a fazer senão mirá-las, remirá-las, e arrancá-las, lançando-as por cima do ombro, que a brisa se encarregava de levá-las a passeio para onde não a incomodassem.
 
Aproveitavam a frescura da água do tanque a que chamavam Piscina, quando se reuniam lá em casa as Tias.
...Modelos, príncipes, artistas... caiam na placidez das águas e vogavam deliciados, habituados que estão a frescuras.
 
Ela, Kátia Alexandra Sofia, à água... só vê-la!
Ou senti-la morninha, debaixo do chuveiro de uma das três casas de banho da moradia recoberta de azulejos.
 Os banhos de sol junto da Piscina eram pretexto para se apresentar bronzeada nas festas, dizendo que acabara de chegar de férias nas Caraíbas.
 
 
 
 

 

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