Jornal Raizonline nº 220 de 29 de Abril de 2013 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (XLI)- A frustração mascarada
Nesta vida que levo, na sua grande parte relacionada com pessoas ligadas à arte e à cultura tenho encontrado um pouco de tudo como opinião sobre as diversas formas de encarar na grande parte dos casos, o fracasso.
Quando falo de fracasso não estou, como é claro, a referir-me ao fracasso global, àquela deprimente situação continuada em que as pessoas (algumas) fazem aquela singela pergunta: «o que estou afinal eu aqui a fazer?» acrescentado desde logo e no seguimento todo um rol de insucessos que fundamentam, na sua perspectiva, a resposta que se segue normalmente: «Nada! Não estou aqui a fazer nada!».
O fracasso que eu falo nada tem de global nem de doentio nesta forma de ver: é o fracasso caso a caso, pontual, que eventualmente e através da sua soma pode um dia, pode - digo bem - levar à colocação da tal questão existencial que referi acima, ou seja, pode levar a isso, se for metodicamente somado e inserido num mesmo campo.
Mas é tudo uma questão de perspectiva, também: o optimista, como eu julgo ser, nunca junta os fracassos no mesmo saco. Tem o cuidado de espalhá-los por diversos compartimentos memoriais e mesmo quando a mente nos coloca aquela partida de que falava Descartes (entre outros, diga-se) de nos meter os «espíritos maus» a falsear-nos o entendimento (o Diabo, sabe-se lá), o optimista joga mão da racionalidade e combate, de uma forma serena e num campo diverso, essa maléfica tentação.
Por isso, e voltando ao fio da meada que ainda não se perdeu, cada fracasso é único, solteiro e sem compromisso. Nada de estar a procurar semelhanças entre eles, pontos de convergência ou a semelhança de causas das quais ele deriva. A uma dada causa segue-se, em princípio, um dado efeito, mas não está garantido que seja assim, porque há milhares senão milhões de efeitos e nós procuramos por sistema, na nossa forma usual de pensar, causas dentro de uma seriação sempre resumida. Assim por alto e garantindo desde já que isto não é científico, por cada causa existem milhares de efeitos possíveis e por cada efeito existem milhares de causas possíveis.
Nesta vida que levo, na sua grande parte relacionada com pessoas ligadas à arte e à cultura tenho encontrado um pouco de tudo como opinião sobre as diversas formas de encarar na grande parte dos casos, o fracasso.
Quando falo de fracasso não estou, como é claro, a referir-me ao fracasso global, àquela deprimente situação continuada em que as pessoas (algumas) fazem aquela singela pergunta: «o que estou afinal eu aqui a fazer?» acrescentado desde logo e no seguimento todo um rol de insucessos que fundamentam, na sua perspectiva, a resposta que se segue normalmente: «Nada! Não estou aqui a fazer nada!».
O fracasso que eu falo nada tem de global nem de doentio nesta forma de ver: é o fracasso caso a caso, pontual, que eventualmente e através da sua soma pode um dia, pode - digo bem - levar à colocação da tal questão existencial que referi acima, ou seja, pode levar a isso, se for metodicamente somado e inserido num mesmo campo.
Mas é tudo uma questão de perspectiva, também: o optimista, como eu julgo ser, nunca junta os fracassos no mesmo saco. Tem o cuidado de espalhá-los por diversos compartimentos memoriais e mesmo quando a mente nos coloca aquela partida de que falava Descartes (entre outros, diga-se) de nos meter os «espíritos maus» a falsear-nos o entendimento (o Diabo, sabe-se lá), o optimista joga mão da racionalidade e combate, de uma forma serena e num campo diverso, essa maléfica tentação.
Por isso, e voltando ao fio da meada que ainda não se perdeu, cada fracasso é único, solteiro e sem compromisso. Nada de estar a procurar semelhanças entre eles, pontos de convergência ou a semelhança de causas das quais ele deriva. A uma dada causa segue-se, em princípio, um dado efeito, mas não está garantido que seja assim, porque há milhares senão milhões de efeitos e nós procuramos por sistema, na nossa forma usual de pensar, causas dentro de uma seriação sempre resumida. Assim por alto e garantindo desde já que isto não é científico, por cada causa existem milhares de efeitos possíveis e por cada efeito existem milhares de causas possíveis.