Desejo de Infinito - Conto de Madalena Luz - (Retirado do Blogue Delírios e Certezas)
- Gostas de estar aí?
- Gosto?...Não sei... Nunca tinha pensado nisso!
- Imagina por um momento só, como será tudo aquilo que ouvimos e não podemos ver...
- Tu és tão estranha! Porque te interessa ver o que ouves por cima de nós, se todas as folhas vivem presas nos ramos directamente apontadas para baixo? Sempre foi assim e sempre assim será.
- Eu quero ter asas, quero sair por aí... O mundo tem que ser maior do que aquilo que vemos por baixo de nós!
- Enlouqueceste? Não sejas ridícula, o mundo é exactamente aquilo que os nossos olhos alcançam, não existe mais nada.
- Impossível... impossível! De onde vêm aqueles seres que têm pernas e se deslocam sem precisarem de vento? E aqueles outros que têm asas e poisam sobre a nossa mãe à procura de abrigo? Ah! Vês, inteligência, não sabes.
- Que me interessa isso, só sei que esses seres vêm e vão e isso basta-me, sempre foi assim.
- Isso nunca me bastará, a mim não, quero saber, quero ver, conhecer, sentir, viver!
- Psiu cala-te! Tu não vês que as outras folhas estão à escuta, ainda te vão considerar louca!
-Oh! Louca de desejo de ser arrancada pelo Sr. Vento, assim verdinha, ser levada por ele maravilhar-me de tudo o que eu sei que existe.
- Deusa das Folhas de Todas as Arvores, por favor põe algum juízo na cabeça desta folha perdida!
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