domingo, 30 de junho de 2013

FRANCISCO - Por Marcelo Pirajá Sguassábia

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FRANCISCO - Por Marcelo Pirajá Sguassábia 
 
O que o Chico Buarque ouve? O que o Chico Buarque lê? O que e quem o Chico Buarque come?
 
De quanto seria o lance inicial de algumas caspas do homem, colhidas por um garçom na mesa de um café de Saint Germain em um obscuro outono dos anos 90?
 
Para quem seria o seu primeiro pensamento, ao acordar da soneca vespertina após o risoto com tinta de lula regado a vinho? Já teria ele falado com alguma atendente de telemarketing, que esqueceria os gerúndios, gaguejaria e se perderia em seu script ao se dar conta de quem estava do outro lado da linha?
 
Seria PC ou Mac o ambiente onde salvara um primeiro esboço da letra prometida para o Guinga musicar, e fadada à eterna inconclusão? Saberia da existência de uma certa Carolina, de Itaquaquecetuba, que passados tantos anos ainda guarda com ela toda a dor desse mundo?
 
Cerdas duras, médias ou macias, e quantas vezes ao dia? Agora, um pouco de escatologia: seria Chico um praticante da automucofagia? Rimou, mas é de rimas que se faz um Chico. Ricas, sem pé quebrado.
 
Fala com o João Gilberto? Faz exame de próstata, dá comida ao cachorro, mete-se com a vida alheia, se atreveria a desviar da caminhada no Leblon para um suco de fruta do conde em Paquetá?






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