Poesia de Mário Matta e Silva - Relâmpagos na Areia; Um Hino a esse Interior Musical
Relâmpagos na Areia
A noite é um manto de breu
Pejado de angustias e surpresas
Mostrando alçapões de incertezas
Numa união difusa de mar e céu.
O tempo agreste a roçar o sagrado
Atira-nos sem dó temerosos vendavais
E as ondas ondulam desiguais
Espalhando maresia num luar desmaiado.
Saltam peixes em sobressalto, aturdidos
Em cardumes imensos, volumosos
E os barcos na doca rangem teimosos
Batendo seus cascos descoloridos.
Os ventos espalham o sal
E a chuva cai por igual, miudinha
A chamar pelas brumas e dolente ladainha
Os medos de um negrume abissal.
Na praia há imensos pescadores
Em seus frenesins e sua dor
E há um horizonte sem luz nem cor
Que mostra o além feito de temores.
A tempestade é densa e forte
Sem âncora, sem velas e sem amarras
Os bojos fazem lembrar guitarras
E impõe-se um vai - vem de vida e morte.
Leia este tema completo a partir de 1 de Julho carregando aqui.
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