de músicas estrangeiras – caso para especialistas... - Por Se Gyn
A despeito de todo discurso em torno do purismo ou da preservação da música brasileira de parte da crítica, os profissionais envolvidos com o mundo da música no Brasil nunca tiveram muitas reservas quanto à adesão à gravação de ritmos e músicas estrangeiras, havendo no mercado, inclusive, gente especializada na realização de versões de sucessos estrangeiros para nossa língua.
Num país em que o domínio de uma língua estrangeira era considerado um luxo da elite, a gravação de uma música estrangeira, apesar de seu provado potencial de sucesso, dependia da realização de uma boa versão para o português, para garantir que emplacasse nas vendas.
Como é sabido, a versão não é uma simples tradução da letra original, eis que ela tem que combinar, em termos de métrica e rima, com o compasso e andamento da música originalmente criada. De qualquer forma, a letra da versão, para ser bem sucedida, não pode se distanciar demais do som e do sentido da música original.
E é aí que entra o profissional especializado, que tem sensibilidade e competência para a realização de tal tarefa.
No Brasil, alguns profissionais do mundo da música acabaram por se especializar na realização de versões de músicas estrangeiras e, alguns chegaram a se tornar célebres, como é o caso de Fred Jorge, que foi um dos responsáveis diretos pela bem sucedida operação de introdução e aclimatação do rock and roll no mercado nacional, realizando a versão de muitas versões das músicas que estouravam no mercado norte-americano.
Suas versões primavam pela simplicidade e manutenção do espírito das letras originais, e nesse sentido, podemos citar as versões de «Stupid Cupid», música de Paul Anka e, «Rithm of the rain», de John Claude Gummoe (The cascades) e centenas de outras, muitas das quais, foram parar no repertório de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia, Agnaldo Timóteo, The fevers, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, etc.
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