A diferença é Macau - Texto de Leocardo publicado no Blogue Bairro do Oriente
Parte I: O luxo
Macau, Região Administrativa Especial da República Popular da China, ano de 2013. Milhares de turistas atravessam todos os meses as Portas do Cerco, chegam ao Terminal Marítimo do Porto Exterior, aterram no Aeroporto Internacional na Ponta da Cabrita, na Taipa. Nos aterros do NAPE brilham os neons dos casinos, os letreiros luminosos das lojas de penhores e das casas de câmbio.
Dentro dos hotéis de cinco estrelas proliferam os espaços comerciais das mais conhecidas multinacionais, onde se encontram roupas, malas, relógios, joalharia e outros adereços a preços proibitivos para o cidadão médio local.
Milhares de trabalhadores residentes e outros tantos não-residentes ganham a vida nos restaurantes, bares, saunas, clubes nocturnos e outros locais elegantemente exclusivos, ou atrás da mesa da roleta e do Bacará.
Pelos passeios largos pontuados por praças ajardinadas circulam os visitantes, os jogadores e alguns poucos curiosos. Os novos ricos topam-se à distância: sacos de compras, vestuário primando pelo ostensível, pautado por combinações aberrantes e traços de ruralidade que nem a pilhéria do neo-capitalismo conseguem disfarçar.
Pelas horas do lobo atacam as mulheres da vida e espreitam os agiotas; horas antes alguém havia furtivamente espalhado pelo chão panfletos que publicitam favores sexuais. Na Taipa, na «strip» do COTAI, mais do mesmo.
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