sábado, 8 de junho de 2013

AS CEREJAS, analgésico e diurético naturais - (do latim «Prunus cerasus» e «Prunus avium») - Texto de Dulce Rodrigues  
 
História:
 
Quando falamos de cerejas pensamos geralmente nos frutos da cerejeira doce (Prunus avium), mas a verdadeira cerejeira é a ginjeira ou cerejeira amarga (Prunus cerasus), que é um parente próximo da primeira. Entre as espécies ornamentais, encontramos a cerejeira do Japão (Prunus serrulata).
 
A cerejeira amarga (ginjeira) já era conhecida dos Gregos por volta de 300 a.C. e foi introduzida em Roma, por volta de 70 a.C., pelo famoso general romano Lucius Licinius Lucullus, que a trouxe de uma cidade da Asia Menor, situada junto ao Mar Negro, na actual Turquia, a que os Romanos chamavam Cerasus e que os Gregos conheciam como Kerasous.
 
Lucius Lucullus era não só um grande general romano, mas também um homem muito culto e um requintado gastrónomo. Tinha sempre o hábito de trazer espécies arbustivas e outras plantas das regiões onde se desenrolavam as suas campanhas militares e, segundo os relatos históricos, teria sido na cidade de Cerasus que ele descobriu a ginjeira e tê-la-ia trazido para Roma depois da vitória contra Mitrídates VI, rei do Ponto.
 
Foram os Romanos que introduziram a ginjeira nos restantes territórios do império, e foram os primeiros colonos de Massachussetts que plantaram a primeira ginjeira em solo norte-americano.
 
Em Portugal, já desde o século XV que a ginja era um fruto popular, sendo utilizada igualmente com diversos fins medicinais. Por volta de 1755 vulgarizaram-se em Lisboa os estabelecimentos que vendiam ginjas mergulhadas em aguardente daí evoluiu a conhecida ginjinha.
 
Em Washington D.C., nos Estados Unidos, realiza-se todos os anos na Primavera o Festival Nacional das Cerejeiras em Flor, que comemora as cerejeiras ornamentais (cerejeiras do Japão) que a cidade de Tóquio ofereceu à cidade de Washington em 1912, cerejeiras essas que estão plantadas no Parque de Tidal Basin.
 
A flor da cerejeira é considerada sagrada na India e, segundo a lenda, nas casas onde há flores da cerejeira nunca falta nada.
 
O Japão e a cerejeira:

No Japão, a variedade de cerejeira ornamental (Prunus serrulata) esteve desde sempre associada aos samurais, cuja vida era tão bela e efémera quanto a da flor da árvore. A cerejeira também está associada ao hanami (literalmente, «contemplar as flores»), o costume tradicional japonês de apreciar a beleza das flores, especialmente as flores de cerejeira.



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