domingo, 23 de junho de 2013

No tempo das Lojas da aldeia - Texto de Arlete Piedade

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No tempo das Lojas da aldeia - Texto de Arlete Piedade    
 
Recordo o tempo em que criança, acompanhava a minha mãe á loja da aldeia. Lá havia também a caixa do correio, onde podíamos deitar as cartas ou bilhetes postais que quiséssemos enviar e também onde podíamos receber as que nos eram enviadas. Só mais tarde, quando eu era já adolescente, recordo de haver um carteiro que entregava as cartas porta a porta.
 
Na loja era também onde se situava o único telefone público da aldeia e onde podíamos telefonar mediante pagamento dos impulsos gastos como é evidente. Só que privacidade não havia nenhuma, o telefone estava num canto do lado de dentro do balcão e tínhamos que falar em público, estivesse quem estivesse presente. Ainda hoje passados várias dezenas de anos, desde o fecho da loja e da morte dos donos, está lá afixada no exterior do edifício a placa de telefone público.
 
Na loja fazia-se o avio da semana, ou seja as compras de mercearia para toda a semana, compostas de bacalhau seco, açúcar, café de cevada, arroz, massa em meada ou pevidinha, assim como sabão azul e branco para lavar a roupa, artigos de costura, como linhas, botões, agulhas e tecidos a metro de vários padrões e para vários fins.
 
O bacalhau era comprado ao peso, e cortado na altura, como aliás continua a ser ainda hoje nos grandes hipermercados, mas também o arroz, as massas, o açúcar e o café eram vendidos a peso e embrulhados em papel pardo ou embalados em cartuchos de papel que se faziam na altura, enrolando uma folha de papel ou metade ou um quarto, consoante as quantidades da compra.
 
No mesmo local, comprava-se também o tecido de cotim azul para fazer as calças para os homens, assim como o pano para fazer as camisas e as blusas e saias para as mulheres, e os vestidinhos para as crianças.



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