A voz das ruas - Por Abilio Pacheco - (18 de junho de 2013) A insatisfação é geral!
O movimento que teve início após as manifestações em São Paulo e que nos próximos dias ainda resultarão em protestos em várias outras capitais e outras cidades do Brasil (além dos apoios de brasileiros que estão morando em outros países) é fruto de uma insatisfação geral.
O Brasil vai bem na foto. Todo cidadão Europeu, pensa que aqui não existe crise, que o país (por estar em ascenção econômica sendo o quinto/sexto mais rico) resolveu seus problemas internos mais gritantes, que os brasileiros estão usufruindo dessa rica e que são hoje o que um cidadão europeu era há 30 anos, que a população tem acesso a direitos básicos com qualidade. Mas não é nada disso. «Quem quiser venha, mas só um de cada vez», como diz a letra do Mosaico de Ravena (e eu tenho sempre a impressão que na Amazônia a coisa está muito pior).
E afinal, quais os porquês dos protestos? Protesto contra ônibus cheios de baratas e vans caindo aos pedaços, contra falta de linhas de ônibus para determinados lugares, contra a passagem excessivamente cara e incondizente com ônibus e atendimento;
protesto contra os salários que não sobem conforme a inflação ou mais que ela, contra impostos que crescem mais e que levam mais de 40% do que se ganha, em outras palavras, contra a alta carga tributária;
protesto contra novas regras nas leis trabalhistas para empregadas domésticas que tem resultado numa escalada de demissões (quem ganhava pouco passou a ganhar nada);
protesto contra uma mídia que ajuda a proliferar estereótipos e preconceitos, além de criar novos (a imagem da patroete criada pela novela á altamente ofensiva a qualquer pessoa que tenha a necessidade de contratar secretárias, «do lar»), contra uma mídia que higieniza as notícias políticas mas nos servem sangue como catchup na hora do almoço;
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