O senhor que dizia adeus - Recolha e organização de Daniel Teixeira - Fontes referidas
Introdução de Daniel Teixeira: Aqui há tempos encontrei na internet uma referência a este caso do senhor que dizia adeus e puxando mais pelo fio internetístico acabei por chegar a uma pequeno manancial de informações que considero bastante interessantes e relevantes.
De um lado temos um homem que teve uma vida mundana, adaptada à sua época, é claro, que aos 70 anos perde a mãe, sua companhia e seguramente seu guia e que se confronta com um problema arrasador que é a solidão. «Essa senhora (a solidão) é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias da casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente».
Solidão para cujo afastamento, está disposto a pagar um preço «caro»: «Estou sujeito a que me chamem maluco, mas não me importo. Da minha solidão sei eu» o que aliás acontece vendo um dos vídeos cujos links anexamos abaixo. Mas não se importa, «estou sujeito a isto, tenho de ouvir e calar».
Recebe o seu primeiro ordenado conforme afirma no seu blogue (organizado por amigos amantes de cinema): «Muito boa noite aos senhores leitores. Estou muito satisfeito porque hoje recebi o meu primeiro ordenado de toda a minha vida. Com setenta e oito anos e meio, não é? Pode parecer um bocadinho esquisito ou escandaloso, mas é verdade. Nunca tinha estado empregado - embora já tenha falado muito disto, não é algo de que tenha especial orgulho.» Link no Blogue.
«Vê-se que foi um menino rico» - pergunta-lhe a jornalista (link). «Sou filho de gente abastada, nunca trabalhei nem entrei numa cozinha...» Diz isso com um certo embaraço. «Sou preguiçoso para tudo, menos para dizer adeus a quem por aqui passa.»
De uma forma resumida poderei desde já dizer que o senhor que dizia adeus, chamava-se João Manuel Serra, e faleceu aos 79 anos, a 10 de Novembro de 2010. Segundo o Diário de Notícias do dia seguinte ao seu falecimento: «João ficou conhecido dos lisboetas por todas as noites acenar aos carros e às pessoas que passavam perto da zona do Saldanha, sempre com um sorriso estampado na cara e impecavelmente vestido.»(...)
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