Etevaldo e Marinalva - Por Se Gyn
Etevaldo sempre foi um sujeito meio estressado. Mas, a aposentadoria o deixou bem pior... Agora, o que lhe sobrava era tempo ocioso, e assim, e passou a se ocupar mais de todas as coisas, inclusive as irrelevantes, declinando sempre a intensa opinião sobre as coisas do mundo e, em seguida, alegando que isto está relacionado com seu suposto senso de justiça, e o compromisso com o que afirmava ser a verdade e franqueza, da qual não escapavam nem a família.
O contrário do Etevaldo é sua dedicada e paciente esposa, dona Marinalva, um doce de mulher, cuja vida dedicou ao lar e à família e, a quantos mais necessitassem, sempre predisposta a ouvir e, muito comedida em apresentar suas opiniões e conselhos, sendo por isso mesmo, a âncora e, ponto de equilíbrio da família. Sempre que o marido apronta das suas, é ela era que sai em campo, usando de muito jogo de cintura e candura, para desfazer as presepadas do marido, que mais e mais, o isola do convívio dos amigos e da família.
Dizem que os maus bofes do Etevaldo, em parte, tem a ver com sua aposentadoria da profissão de eletricista, e da perda do status do vistoso cargo de «gerente regional», que ocupou por longos 20 anos, depois de uma lenta ascensão profissional na empresa de energia elétrica local.
Etevaldo se aposentou, mas dona Marinalva, não. Ela continuou com os mesmos afazeres e obrigações, com os cuidados com a casa e, adicionalmente, tinha de aturar o marido arrevesado em regime full-time, tendo de suportá-lo um dia após outro, zanzando pela casa, fazendo objeções a tudo.
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