Cemitério é lugar para fazer publicidade? - Crónica de Gociante Patissa
Ultimamente vimos observando com inusitada frequência o surgimento (ou adopção?) de manifestações que têm tanto de estranhas como de infelizes, que marcam as cerimónias fúnebres, usadas para simbolizar a dor de familiares e amigos do ente -querido «roubado» pela morte.
Se na verdade nenhuma sociedade é estática, também não é mentira que o elemento morte esteve sempre na base de muitos mitos e manifestações culturais, religiosas, políticas, militares, enfim, de todo o tipo.
A prática «que está a bater» agora é o uso de camisolas (T-shirts) brancas com a foto do (da) falecido (a) e os mais nobres desejos. Para lá vai ficando aquela prática do uso do trajo negro. Bom, até aí, nada de estranhar! A questão prende-se com o tipo de mensagem que se vai passar e reflectir sobre os custos que tal impressão acarreta, considerando que no mercado local a média é USD 10 por camisola.
Muito recentemente, encontrávamo-nos envolvidos num cortejo cujo destino era o velho cemitério da Catumbela, situado na comuna com o mesmo nome. E, ao portão, o arco de pessoas mais chegadas, entre parentes, irmãos de igreja, amigos e colega, vestia-se predominantemente de branco. Curiosos aproximamo-nos até notar o seguinte: na parte frontal vinha a foto dele e o nome.
Na parte posterior vinha em letra preta o texto «Descanse em paz» e em tamanhão ligeiramente superior e em letra azul o nome da empresa para qual trabalhou «Grupo tal...».
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