domingo, 14 de julho de 2013

Não há Feira como a de Castro - Por José Francisco Colaço Guerreiro - Recolhido em Património

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Não há Feira como a de Castro - Por José Francisco Colaço Guerreiro - Recolhido em Património 
 
Não há feira como a de Castro  
Nem lenha como a de azinho  
Não há filhos como os dos padres  
Que ao pai chamam padrinho
 
Perdeu-se o sentido às décimas mas perdurou o mote, enaltecendo, desde egrégios tempos , aquela que é ainda a grande feira do sul , um evento que marcou durante séculos o calendário das gentes campaniças. Mais do que os meses, os acontecimentos festivos agendavam o tempo e a vida ,ditavam os procederes, serviam de azimute para nos localizarmos temporalmente. Era o Ano Bom, depois o Entrudo, a seguir a Páscoa ,não tardavam os Santos e até à Feira de Castro era um pulo.
 
Fazia-se isto ou aquilo, antes ou depois da Feira de Castro. Por esta ocasião, esperada durante meses, tratavam-se de assuntos, vendiam-se gados e produções, compravam-se enxovais e farpelas, renovavam-se as alfaias, abasteciam-se as despensas dos legumes para as comedias, repunham-se nas cozinhas os barros partidos, compravam-se as empreitas, frutos secos, varejas, arcas, cadeiras, bancos , decas, tabuleiros e tábuas de amassar ,vindos de Monchique juntamente com os perinhos que durante meses perfumavam a casa e as gavetas da roupa lavada.
 
Mas isto de feiras e de romarias nunca não se entende bem no presente o que as fez grandes no passado. Porque vingam umas e outras desfalecem ,porque crescem umas e outras minguam. Não se vislumbram agora razões para que a Feira de Castro tenha acrescentado e feito perdurar ao longo dos séculos tanta mística e tanta euforia a pontos de terem determinado não só a sua sobrevivência actual mas, particularmente e de uma forma determinante, a própria importância e o crescimento da vila que de pequeno aglomerado sem peso, passou a burgo com importância no roteiro da economia regional.
 
 
 
 

 

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