sexta-feira, 12 de julho de 2013

Face a Face (1976) - Cinema, no labirinto da loucura - Ingmar Bergman - Texto Recolhido em Cinema Pela Arte - Emmanuela

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Face a Face (1976) - Cinema, no labirinto da loucura - Ingmar Bergman  - Texto Recolhido em Cinema Pela Arte - Emmanuela  
 
Jenny é médica, entra em seu consultório e o encontra cheio de pessoas sofredoras, trajadas de branco. Abre caminho entre elas, é detida por alguém, diz umas poucas palavras, continua a se movimentar. O tempo todo, eles não param de estender os braços, agarrando-a. Mãos estranhas e mornas me tocam pelo corpo inteiro. Está terrivelmente quente no estúdio. ― Trecho do livro «Mutações» de Liv Ullmann.
 
No labirinto da loucura

 Aquele que discorre sobre «Face a Face» (1976) de Ingmar Bergman decerto conclui que as imagens esclarecedoras advindas do inconsciente são bastante pertinentes: Liv Ullmann lidera a narrativa no papel de uma psiquiatra, no ápice da crise torna-se paciente e abandona a posição de especialista.
 
Revestida com a cor que Bergman dizia ser da alma, ainda acerca dos significativos fragmentos oníricos, o mesmo vermelho corriqueiro, que tinge as paredes, por exemplo, de «Gritos e Sussurros» (1972), Liv Ullmann penetra nos inacessíveis recônditos do psicológico, caminha por sobre o lodaçal de uma memória que também reserva traumas.
 
Uma idosa rebarbativa insiste em surgir sob a forma de alucinações e seus pais, mortos em um acidente, retornam para uma espécie de acerto de contas. Desprovido de impurezas está o estilo do diretor e os habituados com sua genialidade encontram-se amplamente disponíveis para apreciar a intensidade de Liv Ullmann, não apenas empenhada em representar Jenny ― ela deixa-se contaminar, absorve os sintomas da enfermidade psicológica, perde o tino com a mulher ficcional.






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