O MENINO XICO - Texto de Lina Vedes
Nasceu puro e continuou pela vida fora, mantendo a ingenuidade de menino com um sorriso amplo, olhos brilhantes de alegria, a transmitirem aos outros que a vida deve ser encarada de maneira singela e descontraída.
Nunca perdeu essa vontade de rir, pondo a alma a descoberto com humildade sem ser submisso, com despreocupação mas sem descuidos.
Vivia o presente como uma dádiva diária, esquecido do passado e sem se preocupar com o futuro, acreditando plenamente no poder dos sorrisos, da dança, da música. Era aí que ele encontrava a sua verdade, o seu sentido de justiça, de paz, de sonhos, de imaginação…e construía os seus castelos.
Não era ambicioso, a sua vida era simples, sem complicações, ganhava o dia-a-dia como moço de fretes, vivendo na bendita ignorância da competição, afastado das preocupações e dos aborrecimentos causados pelo desejo de subir na vida, atributo abraçado por todos os homens.
Quando jovem, vivia na rua da Madalena e procurava trabalho na Estação dos caminhos de ferro, no Largo das camionetas, nas tascas, nas pensões, em casa comerciais, nos barcos da doca, no largo onde hoje está o Hotel Eva, local dos carroceiros de mudanças.
Carregava nas costas ou à cabeça tudo o que lhe encomendavam, mantendo o seu passo gingão e o infindável sorriso que lhe escancarava a boca.
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