As vizinhas - Conto por Arlete Piedade
Era nos arredores do aeroporto de Luanda que a casa alugada do casal de enfermeiros, se situava, numa rua sossegada, em que a única casa vizinha se situava a cerca de 200 metros, separada por uma extensão de terreno baldio, sem nada que impedisse a vista, a não ser aquelas centenas de metros.
Os enfermeiros tinham-se conhecido em Lisboa, no hospital onde ele já trabalhava e ela fora colocada, concluído que fora o curso de enfermagem, há cerca de 10 anos antes. Daí ao namoro e ao consequente casamento fora um percurso normal e habitual naquele tempo, em meados da década de cinquenta do século passado.
Para trás tinham ficado as terras de origem de cada um, no interior centro do país e a infância e juventude passadas naqueles tempos de dificuldades que nós hoje dificilmente conseguimos imaginar.
Para trás tinham ficado as terras de origem de cada um, no interior centro do país e a infância e juventude passadas naqueles tempos de dificuldades que nós hoje dificilmente conseguimos imaginar.
Eles tinham crescido no tempo da guerra e sabiam dar o valor ás dificuldades que os pais tinham passado para criar uma casa cheia de filhos, onde muitas vezes a imaginação e algumas ervas do quintal, eram os únicos ingredientes disponíveis para o jantar.
Assim quando o enfermeiro recebeu uma proposta para ir trabalhar para Angola, contratado pelo governo, e sem previsões de quando poderia regressar a Portugal, a hipótese mais viável foi apressar o casamento e propor levar consigo a esposa, também enfermeira. Assim, foram os dois com contrato para ??frica, sem saberem as dificuldades que os esperavam, mas confiantes nos seus conhecimentos, na sua juventude e no amor que os unia.
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