João Fernandes, paradigma do anónimo pescador olhanense - Texto recolhido em in Algarve - História e Cultura - José Carlos Vilhena Mesquita
João Fernandes, paradigma do anónimo pescador olhanense que correu os mares do mundo.
O povo de Olhão orgulha-se, ainda hoje, da grande epopeia que um grupo de pescadores locais empreendeu num frágil caíque, atravessando o temeroso Atlântico em direcção às terras de Vera Cruz, para dar de viva voz ao rei exilado, D. João VI, a boa nova da revolta dos olhanenses contra o jugo napoleónico. Foi um gesto heróico que pressagiou a libertação da pátria face à opressão militar dos franceses.
O povo de Olhão orgulha-se, ainda hoje, da grande epopeia que um grupo de pescadores locais empreendeu num frágil caíque, atravessando o temeroso Atlântico em direcção às terras de Vera Cruz, para dar de viva voz ao rei exilado, D. João VI, a boa nova da revolta dos olhanenses contra o jugo napoleónico. Foi um gesto heróico que pressagiou a libertação da pátria face à opressão militar dos franceses.
Esse é um facto histórico que todos os anos ali se comemora no dia 16 de Junho, considerado muito justamente como feriado municipal. Mas o que ninguém comemora é o dia do pescador ou do marítimo olhanense, que bem poderia ser assinalado no dia 19 de Agosto, data de nascimento do célebre Patrão Joaquim Lopes, verdadeiro paradigma da bravura e heroísmo das gentes de Olhão.
Em contraponto lembrei-me de trazer para a ribalta deste espaço a memória de um velho lobo do mar, cuja vida representa em si mesma a humildade e o sacrifício, mas também a tenacidade e a honradez do povo olhanense. Chamava-se João Fernandes, nasceu em Olhão e nunca conheceu outra vida que não fosse a do mar. Faleceu, anonimamente, sem pompa nem circunstância, em fins de Outubro de 1951, tinha então 85 anos de idade.
Era, à data da sua morte o decano dos pescadores portugueses ligados à faina do bacalhau. Começou em criança a enfrentar os perigos do mar nos velhos caíques de Olhão que sulcavam os mares de Larache, e foi ainda muito jovem que aceitou o desafio de partir num bacalhoeiro para os gelados e traiçoeiros bancos pesqueiros da Gronelândia.
Leia este tema completo a partir de 11 de Fevereiro carregando aqui.
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