Palestina já tem orquestra sinfónica
A nova orquestra, que integra 44 músicos palestinianos e internacionais, actuou na dia 31 em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, no dia 01 no Palácio Alhambra, em Jerusalém Leste, e no dia 02 em Haifa (Norte de Israel), onde reside uma importante comunidade árabe-israelita. "Estamos entusiasmados com o lançamento desta orquestra. É o sonho de toda uma vida e trabalhámos muitos anos para o realizar", disse à AFP Suhail Khoury, promotor do projecto e director do Conservatório Nacional de Música Edward Saïd. Num texto incluído no programa, sob o título "Hoje uma orquestra, amanhã um Estado", Khoury afirma que a orquestra surge numa altura em que "a luta dos palestinianos pela independência atravessa uma das suas fases mais críticas e difíceis". "Nós, músicos, estamos convencidos que um Estado não são só edifícios e estradas, mas, e isso é o mais importante, pessoas, os seus valores, a sua arte e a sua identidade cultural", defende Suhail Khoury. A ONP surgiu a partir do Conservatório Nacional de Música Edward Saïd, criado em 1994 com um punhado de estudantes apaixonados e professores a tempo parcial e que já conta mais de 40 docentes e de 500 alunos. Entre os músicos da nova orquestra contam-se palestinianos locais, mas também da diáspora, nomeadamente da Síria e da Jordânia, onde as famílias procuraram refúgio depois da criação de Israel e da primeira guerra israelo-palestiniana, em 1948. Na orquestra há ainda "músicos estrangeiros de renome internacional", diz Khoury, segundo o qual, nos próximos anos, as atuações não irão além de uma vez por ano, até o grupo se tornar uma orquestra completa e a tempo inteiro "com base numa Palestina livre". (ES)
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