 Morreu Malangatana
Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 06 de Junho de 1936 em Matalana, distrito de Marracuene, às portas de Maputo.
Foi pastor, aprendiz de curandeiro, empregado doméstico mas foi no mundo das artes, com as fabulosas cores da sua pintura que viria a tornar-se conhecido, tornando-se num dos mais famosos artistas moçambicanos.
Malangatana vendeu os primeiros quadros há 50 anos e com o dinheiro arranjou uma casa e foi buscar a família para Maputo.
A mãe bordava cabaças e afiava os dentes das jovens locais, uma tradição entre algumas tribos africanas, o pai era mineiro na África do Sul.
Porque já era "adulto" aos 11 anos começou a trabalhar , desde cuidar de meninos até apanha-bolas no clube de ténis, foi fazendo a sua vida
Durante 50 anos foi muito mais que pintor. Fez cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura. Fez experiências com areia, conchas, pedras e raízes. Foi poeta, actor, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais, filantropo e até deputado, da FRELIMO, partido no poder em Moçambique desde a independência.
Malangatana chegou a estar preso, pela PIDE, acusado de pertencer ao movimento de libertação FRELIMO, sendo libertado ao fim de 18 meses. Nada ficou provado relativamente à sua ligação com aquele movimento de libertação africano.
Malangatana viveu parte da sua adolescência junto dos colonos portugueses, e foi com o artista plástico e biólogo Augusto Cabral que faleceu em 2006 e depois com o arquitecto Pancho Guedes que foi iniciado na pintura.
Malangatana vai continuar presente praticamente em todo o mundo, parte do qual conheceu como membro de júri de bienais, inaugurando exposições, fazendo palestras, até recebendo o doutoramento honoris causa, como aconteceu recentemente em Évora, Portugal.
Foi nomeado Artista pela Paz (UNESCO), recebeu o prémio Príncipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do Infante D.Henrique.
(fonte Lusa).
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