terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Festival de música de câmara CriaSons em Viana

Concertos

Festival de música de câmara CriaSons em Viana

Iniciado em Novembro passado no Convento dos Remédios, em Évora, o festival "é cem por cento português e visa conciliar o público com a produção contemporânea da música de câmara", disse Alejandro Erlich-Oliva, um dos músicos da organização.
Erlich-Oliva citou os compositores Luís Freitas Branco, Fernando Lopes-Graça, Alfredo Keil e Joly Braga Santos, como "os grandes mestres orientadores do festival".
O Festival acontecerá em Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Pombal, Lisboa, Funchal e Évora.
No âmbito do festival, serão editados CD e as partituras das obras estreadas, "para que se criem alicerces", disse Erlich-Oliva.
As partituras foram consideradas por todos os músicos presentes como "essenciais" e um dos aspectos "deficitários" na área da música erudita portuguesa.
A compositora Anne Victorino d'Almeida salientou à Lusa a importância da edição de pautas que dará acesso a todos os músicos às composições de criadores nacionais.
"A edição é uma condição para a música, Eça de Queirós não seria quem era se não editasse", referiu a compositora que integra o Quarteto Lopes-Graça, um dos participantes no festival ao lado do Duo Contracello e do Opus Ensemble.
Em Évora, foi estreada a peça "Bitone Scherzo" (opus 106), de Jorge Costa Pinto, estando ainda previstas primeiras audições mundiais de Amílcar Vasques-Dias, Anne Victorino d'Almeida, António Victorino d'Almeida e César Viana.
Pedro Wallenstein, presidente da GDA (Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas) afirmou que este festival é uma resposta à "falta de estratégia e rumo para as actividades culturais" que caracteriza a actual conjuntura e que "está a alterar o discurso cultural dos povos".
Wallenstein defendeu que o novo festival contribui para "o necessário crescimento internacional do mercado de espectáculos português" e para "a exportação da actividade cultural portuguesa".
O CriaSons, que Wallenstein afirmou ter surgido "do encontro de vontades entre criadores e intérpretes", tem um orçamento de 40.000 euros, revelou à Lusa o violinista Luís Pacheco Cunha, que integra a organização.
Pacheco Cunha afirmou que este festival "trava duas frentes de batalha: cativar o público e sensibilizá-lo para a excelência da composição contemporânea portuguesa", entendendo esta "não só exclusivamente do ponto de vista estético, mas porque são compositores vivos".
O próximo concerto do Festival realiza-se dia 11 de Fevereiro no Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo, pelo Duo Contracello, composto pelo violoncelista Miguel Rocha e pelo contrabaixista Adriano Aguiar.
O programa do concerto engloba obras de Alexandre Delgado, Paulo Jorge Ferreira e de Sérgio Azevedo, e em estreia absoluta "L'Eau qui Dort", de César Viana, e "Toccata dupla" de António Victorino d'Almeida.
(ES)

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