quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ternura e violência em "Biutiful" do mexicano Iñaturri

Cinema

Ternura e violência em "Biutiful" do mexicano Iñaturri

"Biutiful" de Alejandro Gonzalez Iñaturri, tem duas nomeações para os Oscar 2011 como melhor filme estrangeiro e melhor actor para o espanhol Javier Bardem.

Em "Biutiful", Javier Bardem é Uxbal um pai de dois filhos, que sabe que a morte está próxima.
Luta contra essa determinação do destino, dando aos filhos a ternura e o carinho que sabe lhes irão faltar, tentando em simultâneo esquecer a realidade pouco bonita que é a sua vida.
É esta a história de Uxbal, um homem em permanente conflito, lutando para conciliar a paternidade, o amor, a espiritualidade, o crime, a culpa e a mortalidade no perigoso submundo da Barcelona moderna.

Subsiste através de biscates mas os filhos são o objecto dos seus scrifícios e das suas angústias.
E esta é uma história circular, que acaba onde começa. A vida é assim. Tremenda, injusta, mas bela.

Que dizer de Bardem candidato ao Oscar para o melhor intérprete masculino? E de Iñaturri que disputa um Oscar, pela segunda vez?
Em 2000, foi com Amores Perros. Bardem, que venceu em 2009 com sua interpretação em No Country for Old Men, vai competir pela terceira vez.
Uma interpretação angustiada que passa essa angústia para as poltronas da sala. Imagens distorcidas, plenas de escuridão e de contraste esbatido, revelando a angústia, a indecisão e a certeza de um fim sombrio e não querido.
O intérprete identifica-se plenamente com o realizador e o realizador vai buscar às tonalidades do intérprete toda a angústia que pretende passar ao espectador.
Bardem é igual a si próprio, bem como nos tem habituado. Iñaturri tem aqui uma possibilidade de competir com outros filmes nomeados para a mesma categoria, como "Incendies" (Canadá), de Denis Villeneuve; "Em um Mundo Melhor" (Dinamarca), de Susanne Bier; "Dente Canino" (Grécia), de Yorgos Lanthimos e "Fora da Lei" (Argélia), de Rachid Bouchareb.

A entrega da estatueta vai ocorrer em 27 de fevereiro, no teatro Kodak, em Los Angeles. (ANSA)



Zita Ferreira Braga

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