segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Música que Lisboa inspirou pela Metropolitana

Discos

Música que Lisboa inspirou pela Metropolitana

O CD, intitulado "Música para Lisboa", inclui peças de Saint-Saëns, Frederico de Freitas, Pedro Avondano e Carlos Paredes, sendo solista Ricardo Parreira (guitarra portuguesa).
"'Música para Lisboa' começou por ser uma ideia para o concerto que abriu a temporada 2010-11 da Metropolitana, com o propósito de estar mais perto das pessoas e da cidade, continuando a descobrir e dando a descobrir a música de uma forma também mais próxima", disse à Lusa fonte da Orquestra.
O programa que constitui o CD foi já apresentado ao vivo nos Paços do Concelho, noutros palcos da cidade e também da área metropolitana de Lisboa.
O CD inclui vários minuetos que Pedro António Avondano publicou no século XVIII em Londres, seleccionados a partir da série de 22 minuetos para dois violinos e baixo contínuo, publicada em Londres na década de 1770 com o título "Lisbon Minuets", e conservada no Arquivo dos Fundos Musicais da Sé de Lisboa.
Os 11 minuetos escolhidos são interpretados por Ana Pereira e Ágnes Sárosi (violino), Marco Pereira (violoncelo) e Marcos Magalhães (cravo).
De Frederico de Freitas é tocada uma peça inspirada num pregão de Lisboa, "Prelúdio sobre um pregão de Lisboa".
"Partindo de um simples tema emprestado de um pregão escutado nas ruas de Lisboa, Frederico de Freitas desenvolve um discurso intenso assente em padrões orquestrais obstinados que se desenvolvem sempre de forma crescente até ao final da peça", afirmou o musicólogo da Metropolitana Rui Miguel Leitão.
"É um acabado exemplo do tratamento erudito realizado sobre materiais de origem popular, em função da mesma ideia de construção de uma música com identidade nacional que também José Vianna da Motta e Fernando Lopes-Graça partilharam à sua maneira", acrescentou Leitão.
O álbum inclui ainda uma peça de Carlos Paredes com orquestração de Tiago Derriça, encomendada pela Metropolitana, "Lisboa e o Tejo".
"Nesta música Carlos Paredes soube usar como poucos as sonoridades do fado e filtrou-as através do seu virtuosismo e da sua peculiar expressividade enquanto intérprete. Lisboa foi a cidade que mais o inspirou", refere o musicólogo.
O quarto autor é Camille Saint-Saëns, com a peça "Une nuit à Lisbonne". Referindo-se a esta peça do compositor francês, Rui Miguel Leitão afirma: "É um curto poema sinfónico escrito em 1880. Dificilmente encontramos na História da Música outro compositor que mais tenha gostado de viajar e que o tenha feito tão intensamente, na medida da sua enorme vontade de conhecer outras culturas. Com efeito, deparamo-nos aqui com uma Lisboa onírica".
"Quatro visões da cidade que não podia deixar de incluir a sonoridade de um instrumento indissociavelmente ligado ao fado e a Lisboa, a guitarra portuguesa", referiu a mesma fonte da Metropolitana.
(ES)


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