A Renata e eu - Conto de Daniel Teixeira
Quando comecei a pensar falar com a Renata eu sabia muito bem que o tema seria delicado e que havia riscos que eu teria de correr, incluindo aquele que seria para mim mais desastroso que era o de perder a Renata.
Mas era muito importante para mim ter essa conversa com a Renata, posso mesmo dizer que sem passar essa fase, sem termos essa nossa conversa, a nossa relação, no meu entender, não seria límpida e entendia que sem ela, sem essa conversa, haveria sempre fantasmas a ensombrar a nossa relação.
Mas eu explico porque entendia assim, porque se colocava em mim a imperiosidade de ter essa conversa com a Renata e espero que entendam que ter essa conversa era assim como fazer a ultrapassagem de um fosso, era saltar de uma margem para outra sem pena e dentro de mim havia ainda a convicção plena que para me libertar do fantasma ainda presente da Françoise essa conversa com a Renata era quase tudo ou mesmo tudo o que faltava.
Mas eu explico porque entendia assim, porque se colocava em mim a imperiosidade de ter essa conversa com a Renata e espero que entendam que ter essa conversa era assim como fazer a ultrapassagem de um fosso, era saltar de uma margem para outra sem pena e dentro de mim havia ainda a convicção plena que para me libertar do fantasma ainda presente da Françoise essa conversa com a Renata era quase tudo ou mesmo tudo o que faltava.
Havia sim o risco enorme, um risco demasiado grande, que eu sentia talvez não conseguir depois ultrapassar, que era perder também a Renata tal como tinha perdido a Françoise. Mas estava numa encruzilhada mental e tomar opções não é fácil em situações extremas, tal como era extrema aquela situação que vivia.
Como ideia inicial eu estava convencido, sabia mesmo que era assim, que algumas pessoas têm dificuldade em entender que a causa imediata de muitos traumas de que sofrem resultam, por vezes, de uma única causa: o convencimento de que se errou numa análise que se faz de uma dada pessoa ou de uma situação com ela relacionada quando esse erro era pelo menos semi-evidente.
Como ideia inicial eu estava convencido, sabia mesmo que era assim, que algumas pessoas têm dificuldade em entender que a causa imediata de muitos traumas de que sofrem resultam, por vezes, de uma única causa: o convencimento de que se errou numa análise que se faz de uma dada pessoa ou de uma situação com ela relacionada quando esse erro era pelo menos semi-evidente.
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